Carille: ‘Emerson Sheik é o líder que faltava ao Corinthians’
Atacante de 39 anos aliviou a tensão em Itaquera com o gol que abriu o caminho para a vitória por 2 a 0 sobre o Deportivo Lara, na Libertadores
O gol que abriu o caminho para a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Deportivo Lara, da Venezuela, em Itaquera, teve um gosto especial para Emerson Sheik, que voltou a balançar as redes na Copa Libertadores, competição que fez com que ele se tornasse um dos ídolos da torcida. Sua experiência e o currículo vitorioso fizeram com que o técnico Fábio Carille não pensasse duas vezes quando viu a oportunidade de tê-lo na equipe. E nesta quarta-feira, o treinador rasgou elogios ao jogador de 39 anos.
Carille é normalmente comedido quando analisa um jogador, mas abre uma exceção para Sheik. “A gente precisava encorpar nosso time, ter mais respeito. Colocar um Sheik, campeão da Libertadores e do mundo, dá um peso maior. Quando começou a falar do nome dele, a gente já acelerou as negociações. Ano passado faltou isso nos momentos em que não conseguimos os resultados. O Jô trouxe um pouco isso, dentro e fora de campo, mas foi só. Faltou essa experiência.”
Nesta quarta, Emerson não teve uma grande atuação, mas fez a diferença ao marcar o primeiro gol em um bonito cabeceio. O ritmo da partida mudou totalmente e ficou mais fácil para o clube brasileiro. Após a partida, o veterano manteve seu habitual bom humor e se disse exausto.
“Fiz o gol de cabeça, mas levei uma trombada e fiquei tonto. Nem vi como foi o gol até agora. Logo na sequência, dei um carrinho e continuei tonto. Fiquei assustado, com medo de morrer”, gargalhou o Sheik, substituído pelo também atacante Júnior Dutra na sequência. “Pedi para entrar alguém inteiro no meu lugar. Esse é o nosso pensamento: se você cansa, sabe que tem gente que pode entrar bem.”
Ao retornar ao clube em que foi campeão mundial, com um contrato válido apenas até a metade do ano, o jogador ouviu do diretor de futebol Duílio Monteiro Alves a exigência de deixar velhos hábitos de lado. “Parei com as diversões de 2011, 2012”, sorriu Emerson, antes de recobrar a seriedade. “Existe um cuidado sim, com o trabalho, a alimentação. Procuro dormir bem. Recebo um tratamento diferenciado, até por conta da minha idade, da qual tenho plena consciência. Estou treinando pra caramba, fazendo tudo para corresponder nos jogos.”
Emerson está acostumado a ser chamado de “predestinado” (a brilhar pelo Corinthians), mas não gosta desta tese. “Não acredito mais nisso. Um dia, acreditei em sorte, nesse lance de ser predestinado. Aprendi com o Tite e com o Carille depois, que você tem que se cuidar e trabalhar para obter bons resultados.”
(com Estadão Conteúdo e Gazeta Press)