Cardiff responde à Fifa e diz que morte de Sala anulou contrato
Jogador argentino morreu em acidente aéreo em janeiro, quando viajava para assinar um contrato revisado com o clube galês
O Cardiff City apresentou nesta segunda-feira, 15, suas alegações à Fifa em resposta ao conflito jurídico com o time francês Nantes, no caso da transferência de Emiliano Sala, atacante argentino morto em um acidente de avião em janeiro.
O anúncio foi feito pelo clube galês, que pagaria 19 milhões de euros (81,1 milhões de reais), sendo 2 milhões de euros (8,5 milhões de reais) em bônus por desempenho pelo jogador, para ter o atleta ligado ao Nantes, o que seria a maior compra da história do clube.
“O Cardiff City FC apresentou hoje sua resposta à Fifa em relação à demanda apresentada pelo FC Nantes no dia 26 de fevereiro de 2019”, confirmou um porta-voz da equipe que participa do Campeonato Inglês. O Nantes, clube ao qual o atacante pertencia, recorreu à Fifa para reivindicar do Cardiff o pagamento pela transferência do atacante argentino. A instância havia dado um prazo até 15 de abril para que o clube inglês respondesse.
Após a morte do argentino no acidente aéreo em janeiro, o Cardiff decidiu não fazer um primeiro pagamento de 6 milhões de euros (25,6 milhões de reais) da primeira parcela da negociação, que havia sido aprovado pelas autoridades do futebol antes da tragédia.
Segundo a imprensa britânica, o Cardiff considera que o acordo entre os dois clubes passou a ser “nulo” após a morte do jogador devido a uma rejeição da Premier League à primeira versão do contrato. Sala, portanto, morreu quando viajava para assinar um contrato revisado, de acordo com o clube galês.
Nesta terça-feira, 16, o Cardiff City entregou à Fifa as “provas sobre a transferência de Emiliano Sala dentro da disputa com o Nantes sobre o pagamento pelo atleta”, informou o clube inglês em seu site. A equipe galesa se nega a pagar o importe da transferência do jogador argentino, enquanto o Nantes mantém sua posição e exige o pagamento.
Disputa jurídica
Consultado por VEJA e Placar sobre o tema em fevereiro, o advogado Carlos Eduardo Ambiel, sócio do Ambiel, Manssur, Belfiore & Malta advogados, acredita que o clube britânico tenha que pagar os franceses, salvo caso de existir uma cláusula específica no acordo sobre alguma impossibilidade de Sala cumprir o contrato, algo extremamente incomum. “O Nantes cumpriu a parte dele. Então, pelas regras do esporte, o clube britânico teria que pagar, sim”, disse Ambiel.