Brasileirão 2025 começa com recorde de times do Nordeste
Ceará e Sport se juntaram a Bahia, Fortaleza e Vitória para formar o recorde de times do Nordeste na Série A do Brasileirão por pontos corridos

O campeonato é brasileiro, mas é o Nordeste quem tem um lugar especial nesta Série A. Pela primeira vez em 23 edições de pontos corridos, cinco times da região estão simultaneamente na disputa. Bahia, Vitória e Fortaleza não só garantiram suas permanências como ainda ganharam a companhia de Ceará e Sport, vindos da Segunda Divisão, para estabelecerem o novo recorde.
Esta matéria está disponível na edição 1.521 de PLACAR à venda nas bancas de todo o Brasil e também na loja oficial no Mercado Livre.

Dentre os times nordestinos, o Bahia é quem tem mais participações totais: 12. O Fortaleza, habitué de 2019 para cá, soma o maior número de edições consecutivas: seis. Um retrato mais aprofundado mostra que, além das SAFs endinheiras criadas nesses dois times nos últimos a nos , as gestões profissionais serviram de espelho para outros em um mercado grande e inegavelmente apaixonado por futebol — Ceará x América-MG teve o segundo maior público do Brasil em 2024, com 63.908 pagantes, na Arena Castelão.
A gestão sustentável foi incrementada pela consolidação da Copa do Nordeste, começando a ser disputada já no primeiro semestre. Disputada ininterruptamente desde 2013, a competição, hoje com oito clubes divididos em dois grupos, virou um laboratório ainda mais forte que os Estaduais e forma de preparação para o alto nível do Brasileirão Betano. Tanto que o Sampaio Corrêa, então na Série B, em 2018, foi o último intruso na festa de Fortaleza, Ceará e Bahia nos anos seguintes.
O argentino Juan Pablo Vojvoda, técnico do Fortaleza, já aventava em março do ano passado, em entrevista à edição 1.509 de PLACAR, a possibilidade de um time nordestino brigar pelo título, dada a evolução fora dos campos. “Eu ajudei a fazer o clube crescer e eles me ajudaram muito a crescer. Em muitas partidas, sinto uma atmosfera particular com o Castelão lotado.” Depois de 11 anos na Europa, o atacante alagoano Willian José, ex-São Paulo, Grêmio e Santos, lembra o quão especial é disputar a competição nacional. “Pude viver as experiências em outras ligas e certamente o Brasileirão é dos campeonatos mais difíceis de se ganhar. São muitos times com chances de título e, até pelo que tem mostrado nos últimos anos, o Bahia tem tudo para fazer uma grande campanha.” No rival, a felicidade do cearense Osvaldo pelos vizinhos na disputa é semelhante. “Que o Vitória possa fazer um grande Brasileiro e as demais equipes possam dar trabalho também.”
Por outro lado, há quem aponte para um desequilíbrio entre as três principais divisões profissionais do futebol brasileiro, todas em um cenário com 20 times. Se na Série A são cinco os representantes do Nordeste (25%), na B o CRB-AL é a bandeira solitária da região (5%), sem que nenhum vizinho tenha conquistado o acesso. Na C, por sua vez, com oito times (ABC-RN, Botafogo-PB, CSA-AL, Confiança-SE, Floresta-CE, Itabaiana-SE, Náutico-PE e Retrô-PE), o percentual é o mais elevado (40%). Como comparação, a Série D tem 22 nordestinos em um total de 64 clubes (34,38%).
Além dos cinco times do Nordeste, a geografia da Série A conta com: três do Sul (Grêmio, Internacional e Juventude); 12 do Sudeste (Atlético-MG, Botafogo, Red Bull Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Mirassol, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco); e nenhum do Centro-Oeste e do Norte, algo que não ocorria desde 2018.

Oferecimento Eisenbahn: tempo de qualidade merece uma cerveja de qualidade. Beba com moderação.