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Brasileirão 2019: os destaques, favoritos, novas regras… e o VAR

Torneio começa neste sábado com novidades na arbitragem e Palmeiras reforçado na busca para se manter no trono

O Campeonato Brasileiro de 2019 começa neste sábado, 27, com a partida inaugural entre São Paulo e Botafogo, no Morumbi, às 16h (de Brasília). Como acontece desde 2003, o torneio será disputado em pontos corridos, com partidas de ida e volta entre todas as equipes, em 38 rodadas que terminam no dia 8 de dezembro. Além de uma disputa intensa pelo título – o atual campeão Palmeiras, o Flamengo, o Cruzeiro e o Grêmio despontam como favoritos, com outros fortes candidatos correndo por fora –, o torneio terá novidades nas regras e a estreia do árbitro de vídeo (VAR), que foi protagonista nos Estaduais.

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Destaques do torneio

Entre os vinte times participantes, o decacampeão Palmeiras entra novamente entre os principais candidatos. O time dirigido por Luiz Felipe Scolari manteve suas estrelas, como Dudu, o craque da última edição, e ainda trouxe um reforço renomado: Ricardo Goulart, bicampeão com o Cruzeiro, que estava na China. Campeões estaduais, Flamengo, Cruzeiro e Grêmio aparecem como principais candidatos a tirar o clube paulista do trono. O time rubro-negro aposta em seu poderoso e milionário ataque, reforçado pelos ex-santistas Gabriel Barbosa (último artilheiro do Brasileirão) e Bruno Henrique, e por Giorgian De Arrascaeta, jogador mais caro da história do futebol nacional.

O Cruzeiro, ainda invicto no ano, se recompôs rapidamente da perda do meia uruguaio com a chegada de Rodriguinho, bicampeão pelo Corinthians, e tem na boa fase do veterano Fred, o maior artilheiro da história do Brasileirão por pontos corridos, sua maior esperança na busca pelo pentacampeonato. O Grêmio, que não conquista o título desde 1996, confia no talento de Everton e na mística do técnico-ídolo Renato Gaúcho.

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O Corinthians, que contratou atletas experientes e levou o tri do Paulistão, também entra na briga, assim como o São Paulo, de Cuca, Alexandre Pato, Hernanes e jovens talentosos como Antony, e o Santos do técnico Jorge Sampaoli, uma das sensações deste início de ano. O trio paulista tem a seu favor o fato de não disputar a Libertadores, o que pode dividir a atenção dos principais favoritos na reta final. Inter, de Paolo Guerrero, Fluminense, de Paulo Henrique Ganso, e Atlético-MG, de Ricardo Oliveira, correm por fora na disputa.

Reconfiguração nordestina

Por muitos anos, clubes baianos e pernambucanos predominaram entre os nordestinos da Série A. No entanto, com o rebaixamento de Vitória e Sport e a subida de Fortaleza e CSA em 2018, o mapa geográfico do Brasileirão se alterou. O Estado do Ceará passa a ter dois clubes na elite, o mesmo número de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Rogério Ceni, do Fortaleza, é atração José Rosa de Araujo Filho/Futura Press/Folhapress

Os rivais Fortaleza e Ceará não se encontravam na primeira divisão havia 26 anos. Os últimos clássicos aconteceram na primeira fase da temporada de 1993, com vitórias do Ceará por 3 a 1 e 1 a 0. Os melhores resultados dos clubes no formato moderno (desde 1971) foram o 13° lugar do Fortaleza, em 2005 e o 7° lugar do Ceará, em 1985 – o clube tricolor, atualmente dirigido pelo ex-goleiro Rogério Ceni, foi vice-campeão da Taça Brasil de 1960.

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Já o CSA de Alagoas, clube que tem como torcedora ilustre a rainha do futebol Marta, volta à série A depois de mais três décadas (disputou a primeira divisão em 1986 e o Módulo Amarelo da Copa União de 1987). É apenas a 13ª vez que a equipe alagoana disputa a elite; suas melhores campanhas foram o 13º lugar de 1981 e 1985. Em 2019, o time aposta em atletas experientes como Madson, Apodi e o colombiano Pablo Armero.

Arte/VEJA

Estreia do VAR

Treinamentos do VAR na FPF Bruno Menezes/VEJA.com

O auxílio da tecnologia estará presente em todos os 380 jogos do Brasileirão de 2019. De acordo com a CBF, noventa árbitros estão aptos a desempenhar a função de VAR. Serão gastos 19 milhões de reais (50.000 por jogo) com as instalações; os clubes vão bancar menos da metade do valor, cerca de 7 milhões de reais (350.000 reais para cada time).

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A empresa responsável pela tecnologia será a Hawk-Eye, a mesma utilizada na Copa do Mundo da Rússia, que vai operar com, no mínimo, oito câmeras por jogo. O uso do VAR gerou bastante polêmica durante a Copa do Brasil de 2018 e a reta final dos Estaduais de 2019. A expectativa da CBF é que no Brasileirão as decisões sejam tomadas com mais eficiência e rapidez. 

As apostas para o Brasileirão 2019

Novas regras

A CBF conseguiu autorização da Fifa e estreará mais cedo as mudanças nas regras impostas pela International Board, a entidade que rege as leis do jogo. No resto do mundo, as novidades entrarão em vigor a partir de junho. Entre as principais mudanças, destacam-se:

Mão na bola – As polêmicas interpretações sobre mão na bola continuarão presentes – termos como “posição antinatural” e “ação de bloqueio”, que antes eram recomendações, entraram oficialmente na regra–, mas apenas entre os defensores. A partir de agora, qualquer gol em que bola bater na mão de um atleta de ataque, com intenção ou não, seja no fim ou na origem da jogada, será invalidado.

Cartão para treinadores – Assim como os atletas em campo e no banco de reservas, os treinadores e integrantes de comissão técnica poderão receber cartões amarelos e vermelhos. Antes, em caso de expulsão por indisciplina, eles eram retirados de campo sem a utilização de cartões.

Substituições – Para dar mais fluidez ao jogo, o atleta que for substituído deverá sair pela linha mais próxima e não mais pelo meio-campo.

Bola ao chão – Antes, o juiz era considerado “neutro” e, caso a bola acertasse nele, nada acontecia. A partir de agora, sempre que o acidente ocorrer, o jogo deverá ser reiniciado com bola ao chão.

Tiro de meta – Pelas novas regras, a bola não precisa mais sair da área para entrar em jogo nos tiros de meta

Posição do goleiro nos pênaltis – durante uma cobrança de penalidade máxima, o goleiro só precisará ter um dos pés sobre a linha no momento do chute, e não mais os dois.

Premiação e impasse sobre TV

Não existe uma premiação paga pela CBF no Campeonato Brasileiro. Os clubes recebem dinheiro de acordo com os contratos assinados com as televisões. No caso dos clubes que assinaram com a Globo em todas as plataformas, 30% do valor investido pelo canal será para premiação, de acordo com a colocação do clube no torneio. Para os clubes que assinaram com a empresa apenas para TV aberta e sistema de pay-per-view, haverá um desconto nesse valor.

O ano de 2019, porém, marca o fim do monopólio de transmissão da Globo. A Turner (Esporte Interativo) transmitirá alguns jogos em TV fechada nos canais TNT e Space. Para os clubes que assinaram com a Turner (Athletico-PR, Bahia, Ceará, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos), a premiação será de 25% do valor total investido pela emissora, e também será dividida de acordo com a colocação do clube. Nenhuma das emissoras informa os valores envolvidos.

Até 2018, quando apenas a Globo tinha os direitos do Brasileirão, o valor era definido apenas pela empresa. Agora, com novos atores na disputa, a conta muda – e os prêmios devem ser mais altos. No ano passado, o campeão Palmeiras faturou 18 milhões de reais de premiação; neste ano, o clube, insatisfeito com a divisão de cotas, ainda não fechou acordo com a principal emissora do país, impasse que pode impedir que diversos jogos do time sejam exibidos na TV (entenda o caso).

Arte/VEJA
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