Brasil e Suíça fecham acordo, mas Marin seguirá preso em Zurique
Países assinaram tratado que permite que prisioneiros cumpram penas ou aguardem sentenças em seus locais de origem. No entanto, ex-presidente da CBF é acusado pelos Estados Unidos, o que impossibilita seu retorno ao Brasil
Brasil e Suíça fecharam um acordo nesta sexta-feira para permitir que prisioneiros possam cumprir penas ou aguardar sentenças em seus países de origem. No entanto, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, não será beneficiado pelo novo tratado, mesmo estando em uma prisão de Zurique. O dirigente tem até segunda-feira para apresentar um recurso pedindo a espera por uma definição de extradição em liberdade condicional.
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O porta-voz do Departamento de Justiça da Suíça, Folco Galli, explicou que Marin não poderá evocar o acordo. “O tratado bilateral não tem um impacto no caso de Marin, já que ele é alvo de um processo criminal nos Estados Unidos, e não na Suíça”, explicou. O ex-presidente da CBF foi detido na semana passada no luxuoso Hotel Baur au Lac, na Suíça, antes do 65º Congresso da Fifa. A polícia local atendeu a um pedido do FBI, depois do indiciamento do brasileiro por crimes financeiros na condição de presidente da CBF. Uma eventual condenação pode lhe render até 20 anos de prisão.
O novo acordo foi aprovado pelo Conselho Federal suíço e prevê que “presos suíços e brasileiros possam cumprir o resto de suas penas em seus países de origem”. Segundo os suíços, o acordo tem “uma meta humanitária e visa facilitar a reinserção social dos presos depois de sua liberação”. Mas para que a transferência de fato ocorra, precisa haver um sinal verde do estado onde ocorreu a condenação, o estado de execução da nova pena e do próprio condenado.”O tratado bilateral não prevê a possibilidade de uma transferência de um condenado contra sua vontade”, disse um comunicado suíço.
Marin deve apresentar um pedido para acompanhar o processo de extradição aos Estados Unidos em liberdade condicional, mas os suíços já indicaram que dificilmente ele ganhará esse benefício, mesmo com 83 anos de idade. O brasileiro não tem propriedades na Suíça e o “risco de fuga” seria alto.
(Com Estadão Conteúdo)