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As chances de o Cruzeiro voltar para a Série A – e de cair para a C

Chapecoense e América-MG estão praticamente garantidos na elite, enquanto equipes tradicionais correm sério risco de rebaixamento

O empate sem gols do Cruzeiro contra o Cuiabá no último dia 29, no Independência, representou bem mais do que o quarto jogo consecutivo sem vitória na Série B do Campeonato Brasileiro da equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari. Foi, provavelmente, a pá de cal no objetivo de um retorno do clube mineiro à elite no ano de seu centenário, comemorado em 2 de janeiro de 2021.

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Mesmo restando seis rodadas em disputa para o desfecho da competição, o desabafo sincero do goleiro Fábio, recordista em jogos pelo clube e principal referência do atual elenco, mostrou que a nova meta é apenas esquecer 2020. “Independente de onde o Cruzeiro vai estar, eu vou estar junto. Quem é torcedor, os mais de 9 milhões, vão estar junto e o Cruzeiro vai voltar forte”, disse logo após a partida.

Na 12ª colocação, com 41 pontos, o time mineiro hoje está a dez do CSA-AL, quarto colocado e último entre os que subiriam hoje para a Série A. O G-4 é completado por Juventude, 52, além de Chapecoense e América-MG, ambos com 63, e praticamente garantidos na elite.

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A equipe mineira alcançaria, no máximo, os 59 pontos. O time, no entanto, não vence há quatro rodadas e tem a combinação improvável considerada ainda mais difícil pelo lado histórico. Desde 2007, somente o Vitória conseguiu o acesso com menos de 60 pontos – fez 59, em campanha disputada até a última rodada. Em 2019, o quarto colocado Atlético-GO somou 62.

De acordo com projeção feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Cruzeiro tem chances maiores de queda do que de retornar à elite: 0,41% para 0,30%, ambas consideradas remotas.

Aos 72 anos, Felipão arriscou um currículo extremamente vitorioso ao aceitar a missão de assumir o clube com apenas 13 pontos e na 19ª colocação do campeonato depois de 16 rodadas, ocupando lugar quase cativo na zona de rebaixamento. O aproveitamento total melhorou, mas ainda está abaixo do esperado: 49%.

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De forma isolada, o técnico atingiu 58% dos pontos disputados em 16 partidas, suficientes para assumir uma das vagas no G-4, que tem Juventude, com 54,2%, e CSA, com 53,1%. Questionado sobre a queda de produção da equipe nas últimas partidas disse, francamente, não saber responder os motivos.

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A perda de seis pontos em punição da Fifa pelo não pagamento da dívida com o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, pelo empréstimo do volante Denílson custou caro.

A próxima rodada será contra o Sampaio Corrêa, concorrente direto – é o 8º colocado, com 45 pontos –, mas que vem em declínio na competição já que foi derrotado nas últimas quatro partidas. O sonho quase impossível passa por Oeste (em casa), Juventude (fora), outro adversário direto, Operário-PR (casa), Náutico (casa) e, por fim, o Paraná (fora).

Mais do que vencer em campo, o clube ainda precisa superar uma crise sem precedentes em sua história. Endividado após a gestão de Wagner Pires de Sá e Itair Machado, coleciona uma série de imbróglios judiciais, as principais envolvendo cobranças na Fifa pelo não pagamento de jogadores.

Briga pelo Z-4 tem clubes tradicionais

Além da parte de cima da tabela, a competição também reserva disputa acirrada na luta contra o rebaixamento. Atualmente, o Z-4 é formado por Náutico, 35, Paraná, 33, Botafogo-SP, 27, e Oeste, 23, os dois últimos com chances matemáticas, porém bastante remotas de escapar.

Náutico e Paraná lutam diretamente com Figueirense, primeiro clube fora e também com os mesmo 35 pontos dos pernambucanos, além de Vitória, 37, e CRB-AL, 40. De acordo com a UFMG, Paraná e o Figueirense são os que têm maiores riscos de queda – 75,2% e 49,1%, respectivamente. O Náutico tem 40%, enquanto o Vitória 31,6%%. O CRB-AL apenas 2,5%.

A 32ª rodada foi finalizada na segunda-feira, 4. Paraná e Botafogo-SP empataram em 1 a 1, no Durival de Britto, em Curitiba, enquanto o Confiança-SE venceu o Náutico por 2 a 0, reduzindo de 4,8% para 0,41% as suas chances de queda.

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