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Árbitros são banidos do tênis por favorecer apostadores, revela jornal

Juízes não interferiam diretamente nos resultados, mas recebiam propina para facilitar apostas virtuais ao atrasar o placar das partidas

O jornal britânico The Guardian revelou nesta quarta-feira novas denúncias sobre corrupção no tênis. Segundo a publicação, a Federação Internacional da modalidade (ITF, na sigla em inglês) baniu, secretamente, dois árbitros e suspendeu outros quatro devido a suspeitas de envolvimento com apostadores em torneios pouco expressivos no Leste Europeu.

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Segundo a publicação britânica, os árbitros banidos ou suspensos não interferiam diretamente nos resultados, mas recebiam propina para facilitar apostas virtuais ao atrasar o placar das partidas. O The Guardian informou que o árbitro Kirill Parfenov, do Cazaquistão, foi banido do tênis, em fevereiro de 2015, por manter contato com outro oficial por meio do Facebook, em uma tentativa de manipular os resultados.

O outro árbitro suspenso que teve a identidade revelada foi o croata Denis Pitner, punido por um ano em agosto de 2015 por ter entrado frequentemente em contato com apostadores. O esquema funcionava da seguinte maneira: em campeonatos do nível “Future” no Leste Europeu, os árbitros controlavam o placar das partidas por meio de seus tablets para beneficiar um grupo de apostadores.

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Como os jogos não eram televisionados, a única forma de acompanhar o andamento das partidas era pelo site oficial da ITF, atualizado pelos próprios árbitros do jogo, em uma parceria com a empresa de dados Sportradar. Em alguns sites de apostas, é possível dar seus lances com as partidas em andamento. Os juízes, então, atrasavam a atualização dos resultados em até um minuto, possibilitando que apostadores presentes na quadra pudessem fazer suas apostas já sabendo o que havia acontecido em quadra.

Há ainda relatos de árbitros que enviavam mensagens de texto a apostadores antes de atualizar o placar no site da ITF. A entidade respondeu às acusações alegando que não tornou as investigações e as punições públicas porque, até dezembro do ano passado, o regulamento interno da ITF não previa a publicação de sanções. A ITF ainda justificou que não comentará os casos até a conclusão das investigações contra árbitros do Cazaquistão, Turquia e Ucrânia.

Denúncias – O tênis está sob suspeita desde que a emissora britânica BBC e o site BuzzFeed News publicaram, em janeiro, matérias dizendo que as autoridades esportivas têm ignorado amplas evidências de manipulação de resultados envolvendo 16 jogadores que estiveram no Top 50 ao longo da última década. Os meios de comunicação não revelaram o nome de qualquer jogador envolvido, mas disseram que metade deles competiu no Aberto da Austrália.

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Durante o Grand Slam em Melbourne, o jornal americano The New York Times informou que um confronto de duplas mistas havia atraído padrões suspeitos de apostas. O site Pinnacle Sports informou ao diário americano que a vitória do polonês Lukasz Kubot e da checa Andrea Hlavackova sobre os espanhóis David Marrero e Lara Arruabarrena recebeu um nível bastante incomum de apostas para uma partida de pouca relevância, o que obrigou o site a suspender os palpites virtuais antes do duelo do último domingo. Os atletas foram questionados pela Unidade de Integridade do Tênis (TIU, na sigla em inglês) e negaram qualquer irregularidade.

(Da redação)

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