Árbitro lamenta discussão com Serena: ‘Foi uma situação chata’
Português Carlos Ramos foi chamado de ‘mentiroso’ e ‘ladrão’ e acusado de preconceito pela tenista, derrotada na final do US Open
O árbitro português Carlos Ramos, que se tornou protagonista de uma grande confusão com Serena Williams na final do US Open no último sábado, falou pela primeira vez nesta quarta-feira sobre o incidente. Em declarações divulgadas pelo diário português Tribuna Expresso, o juiz de cadeira minimizou o incidente, que levou a maior estrela do tênis a denunciar misoginia e racismo no tênis.
“Estou bem, tendo em conta as circunstâncias. É uma situação chata, mas arbitragem ‘à la carte’ não existe. Não se preocupe comigo”, afirmou Carlos Ramos ao jornalista Miguel Seabra, que é seu amigo há 30 anos, e escreveu um perfil do árbitro após o US Open.
Na ocasião, Serena Williams reclamou de uma punição imposta por Carlos Ramos, por ter recebido orientações de seu técnico, Patrick Mouratoglou. A ex-número 1 do mundo chamou o árbitro português de “ladrão” e “mentiroso” e acusou o árbitro de preconceito. Na decisão, ela foi derrotada pela japonesa Naomi Osaka, por 2 sets a 0, parciais de 6/2 e 6/4.
Um dos juízes mais experientes do circuito, Ramos contou ao amigo que vem “recebendo centenas de mensagens de apoio por parte de familiares, colegas e jogadores da atualidade e também do passado.” Ramos contou que leu apenas “alguns artigos equilibrados” sobre o tema e evitou sair às ruas depois do ocorrido.
A Associação de Tênis Feminino (WTA, na sigla em inglês) pediu um tratamento igual para todos os jogadores e que seja permitido a intervenção dos treinadores nos jogos. Já a Federação Internacional de Tênis (ITF) defendeu o trabalho de Ramos durante a final e multou a tenista em 17.000 dólares (cerca de 70.000 reais).
Ramos vai dirigir os jogos da semifinal da Copa Davis entre Estados Unidos e Croácia no próximo fim de semana, em Zadar, na Croácia.
(com Estadão Conteúdo)