Após contradições, Daniel Alves pede para depor novamente
Brasileiro acusado de agredir sexualmente uma mulher na Espanha foi preso preventivamente sem possibilidade de fiança
Após passar seu primeiro final de semana preso em Barcelona, na Espanha, enquanto é investigado por agressão sexual, Daniel Alves pediu para depor novamente à justiça, de acordo com a rádio Cadena SER. O lateral brasileiro deu três versões diferentes para o caso, em que é acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos em uma boate no dia 31 de dezembro de 2022, sendo que elas foram contraditas pelas câmeras de segurança do local.
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O jornal Periódico de Catalunya informou que as gravações mostraram que Daniel Alves e a mulher que o acusa permaneceram cerca de 15 minutos no banheiro da boate Sutton no dia do ocorrido. A filmagem, inclusive, teria sido decisiva para que o jogador mudasse de versão – após dizer inicialmente que não conhecia a vítima, o atleta admitiu depois que houve relação sexual, mas de maneira “consensual”, segundo ele. O mesmo jornal teve acesso ao depoimento da mulher, que disse ter levado tapas e sido estuprada.
A princípio, Daniel havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro deste ano.
Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que é casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual.
A imprensa da Espanha também teve acesso ao depoimento da mulher, que narrou um quadro de estupro. Segundo a denunciante, Daniel Alves a fez tocar em seu pênis por diversas vezes; em seguida, a levou para um banheiro e a teria obrigado a realizar sexo oral; diante da negativa da mulher, o jogador teria dado dado tapas em seu rosto e, por fim, efetuado a penetração até ejacular. Na sequência, a mulher se dirigiu a um hospital, onde foi realizado um exame em busca de restos biológicos.
A vítima já avisou que não aceitará qualquer tipo de indenização econômica por parte do jogador e que seu único objetivo é que se faça justiça, segundo fontes ouvidas pelo jornal catalão.
As investigações seguem em andamento e podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).
De acordo com o jornal Mundo Deportivo, o ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.
A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no no passado foi condenado de forma definitiva pela justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.