Ameaçado por traficantes, Asprilla deve deixar a Colômbia
Ex-atacante do Palmeiras e do Fluminense teve sua casa invadida por bandidos
Conhecido no Brasil pelas passagens por Palmeiras e Fluminense, o ex-atacante Faustino Asprilla é mais uma vítima da violência na Colômbia. Nesta terça-feira, o ídolo da seleção colombiana anunciou inicialmente em seu Twitter, e depois por meio de comunicado oficial, que deixará sua cidade natal, Tuluá, após ser ameaçado de morte. “Dediquei toda a minha vida a representar meu país no exterior, a dar alegria ao meu povo colombiano, e quando por fim me disponho a descansar, a retomar meu tempo perdido com meus parentes, sou obrigado a sair pela porta dos fundos do meu próprio povo”, informou Asprilla.
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À imprensa colombiana, o ex-atleta, que atualmente tem 45 anos, disse que sujeitos não identificados entraram em seu sítio após ameaçar o caseiro, e deixaram um número de telefone para ele. “Se não ligasse – disseram ao caseiro – eu e minha família corríamos perigo”, afirmou Asprilla ao site Semana.com. O ex-atacante também revelou que o grupo já havia entrado na casa de seu pai e deixado o mesmo número telefônico.
Em depoimento, o ex-jogador disse que os homens que invadiram sua propriedade disseram aos empregados que trabalhavam para “Porrón”, famoso integrante de uma organização narco paramilitar do país sul-americano. Asprilla informou que irá se mudar, mas não informou para onde.
Após se destacar por Cúcuta e Atlético Nacional no início dos anos 90, Faustino Asprilla brilhou no futebol europeu. Depois de boas passagens por Parma e Newcastle, ele foi contratado pelo Palmeiras, em 1999, e pelo Fluminense no ano seguinte. Conhecido por sua velocidade e temperamento forte, o atleta participou das Copas do Mundo de 1994 e 1998 pela seleção colombiana.
No primeiro Mundial, foi companheiro de Andrés Escobar, zagueiro assassinado em Medellín dias depois de marcar um gol contra, diante dos Estados Unidos, na partida que eliminou a Colômbia da competição. Vinte anos depois, as circunstâncias do assassinato ainda não foram plenamente esclarecidas, mas a tese mais aceita é de que Escobar teria sido morto a mando de traficantes e apostadores locais que perderam muito dinheiro com o fracasso da equipe na Copa.
(Com Estadão Conteúdo)