Advogado de Daniel Alves apresentará recurso por liberdade provisória
Defesa do jogador, que está preso há dez dias acusado de agressão sexual na Espanha, oferecerá garantias de que o brasileiro não deixará o país
A defesa de Daniel Alves apresentará recurso por liberdade provisória nesta segunda-feira, 30. O jogador, que é acusado de agressão sexual em uma boate da Espanha, dia 30 de dezembro, está preso desde 20 de janeiro. Segundo informações do jornal espanhol La Vanguardia, a estratégia do advogado é dar garantias de que o brasileiro não deixará o país até o julgamento.
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Cristóbal Martell, advogado de Daniel Alves, pode propor desde o uso de uma pulseira eletrônica (semelhante à tornozeleira usada por réus no Brasil) até a necessidade do acusado comparecer diariamente a tribunais. O recurso será entregue ao Ministério Público e ao advogado da vítima, que ainda podem apontar motivos para o jogador seguir preso.
Encarcerado há 10 dias, o ídolo do Barcelona está no presídio Brians 2, dividindo cela com um brasileiro chamado Coutinho, que foi segurança de Ronaldinho Gaúcho e condenado por estupro de menor.
Novas provas sobre o caso Daniel Alves foram reveladas na última terça-feira, 24. A policia catalã encontrou sêmen no banheiro em que ele teria cometido a agressão sexual, segundo informações do jornal espanhol El Mundo.
O periódico diz que a polícia catalã recolheu o material no banheiro no dia do crime, logo após a vítima relatar ter visto uma mancha branca no local. A polícia então teria conservado o material.
Ainda segundo o jornal, os resultados dos exames realizados pela vítima seriam insuficientes para comparação e, por isso, o juizado responsável pela investigação pode solicitar a coleta de DNA de Daniel Alves.
Na última segunda-feira, o lateral foi transferido de prisão em Barcelona e, de acordo com informações da rádio Cadena SER, teria pedido para dar novo depoimento à justiça. A princípio, ele havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro deste ano.
Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que é casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual.
Na terça-feira, 24, uma outra testemunha disse que foi apalpada por Daniel Alves na mesma boate onde teria acontecido o crime. O jornal La Vanguardia teve acesso a depoimentos de testemunhas à polícia – entre elas, uma amiga da vítima que também estava na boate Sutton, em Barcelona, e diz ter sido tocada pelo jogador sem seu consentimento.
A vítima já avisou que não aceitará qualquer tipo de indenização econômica por parte do jogador e que seu único objetivo é que se faça justiça, segundo fontes ouvidas pelo jornal catalão.
As investigações seguem em andamento e podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).
O ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.
A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no passado foi condenado de forma definitiva pela justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.