Acusado de ligação com Putin, Abramovich entrega comando do Chelsea
Bilionário russo anunciou neste sábado, 26, que deixará cargo máximo do clube inglês após 19 anos; futuro do atual campeão da Champions ainda é duvidoso
O bilionário empresário russo Roman Abramovich anunciou neste sábado, 26, que entregará o comando do Chelsea. Em comunicado, o proprietário do clube inglês desde 2003 informou que “dará aos curadores da fundação de caridade do Chelsea a administração e os cuidados do clube”. Ele não menciona, mas a ação é vista como fruto de pressão por causa de sua ligação com o presidente russo Vladimir Putin, que autorizou ação militar na Ucrânia com ataques de mísseis e a invasão de fronteiras.
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“Durante meus quase 20 anos de posse do Chelsea FC, sempre considerei meu papel como guardião do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, bem como construir para o futuro, ao mesmo tempo desempenhando um papel positivo em nossas comunidades. Sempre tomei decisões com o melhor interesse do clube no coração. Continuo comprometido com esses valores. É por isso que hoje estou dando aos curadores da Fundação de caridade do Chelsea a administração e os cuidados do Chelsea FC. Acredito que atualmente eles estão na melhor posição para cuidar dos interesses do Clube, jogadores, funcionários e torcedores”, disse em comunicado.
A medida deixa dúvidas quanto ao futuro da equipe dirigida pelo técnico alemão Thomas Tuchel que conta com estrelas como o belga Romelu Lukaku, o alemão Kai Havertz, o francês N’Golo Kanté, o ítalo-brasileiro Jorginho e outros nomes. Segundo a agência Bloomberg, investidores da área esportiva e de fundos privados já acompanham a situação do clube de perto. Uma empresa sem nome revelado até já teria feito uma oferta para a aquisição.
Na quinta, 24, o deputado inglês Chris Bryant, membro do Partido Trabalhista do Reino Unido, pediu na Câmara dos Comuns do Reino Unido que Abramovich fosse impedido de atuar no futebol do país.
De acordo com o Daily Mail, a alegação de Bryant é baseada em documentos que apontam uma ligação próxima do dirigente com Vladimir Putin, presidente da Rússia que autorizou ação militar na Ucrânia com ataques de mísseis e a invasão de fronteiras. O cenário causou revolta mundial e já envolve o futebol.
O parlamentar denunciou que o bilionário admitiu em processos judiciais influências políticas por dinheiro, vínculos com o governo russo e ligação com corrupção. De acordo com o divulgado por Bryant, a oposição da Rússia coloca Abramovich como um dos 35 oligarcas que apoiam Vladimir Putin.
Em suas redes sociais, o político publicou o vídeo de sua fala contra um dos mais influentes nomes do futebol inglês, sugerindo sanções contrárias ao mesmo: “Deveríamos tentar confiscar alguns de seus ativos, incluindo sua casa de 152 milhões de libras. E garantir que outras pessoas assim não estejam envolvidas em atividades malignas no Reino Unido”.
Desde 2003 no comando do Chelsea, Abramovich vive cercado de polêmicas e desde 2018 busca o visto de moradia no Reino Unido. Na última semana, jornais ingleses divulgaram que ele estaria impedido de morar no país. Boris Johnson, primeiro-ministro da Inglaterra, negou qualquer medida direcionada ao russo.