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A sina dos craques brasileiros machucados antes da Copa

Neymar tentará repetir trajetória de Ronaldo e Pelé, que se recuperaram a tempo de brilhar no Mundial. Zico, Romário e outros não tiveram a mesma sorte

Assim como em outras oportunidades, o torcedor da seleção brasileira iniciará a Copa do Mundo de 2018 apreensivo sobre a condição física de seu principal jogador. Neymar torceu o tornozelo e fraturou um osso do pé e só deverá voltar a atuar em maio, um mês antes do Mundial. Ao longo da história, diversos craques brasileiros passaram por dramas semelhantes. Uns, como Pelé e Ronaldo, conseguiram se recuperar em grande estilo; outros, como RomárioZico, foram vencidos pelas dores e não conseguiram render o esperado. Relembre:

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Tabela completa de jogos da Copa do Mundo 2018 na Rússia

Ronaldo – 2002

O camisa 9 protagonizou a grande história de superação na história do futebol ao brilhar na conquista do pentacampeonato mundial, em 2002. Em abril de 2000, Ronaldo retornava de uma grave lesão no joelho, em jogo contra a Lazio, pela Inter de Milão. Ele entrou no segundo tempo e, logo em sua primeira arrancada, sofreu uma contusão ainda mais grave no local e deixou o campo em prantos, em cena que comoveu até os adversários. Foram longos 16 meses de recuperação até Ronaldo retornar, ainda sem confiança, aos gramados. Apesar de o atacante não ter participado de nenhum jogo das Eliminatórias, o técnico Luiz Felipe Scolari acreditou em sua redenção e o convocou para o Mundial na Coreia do Sul e no Japão. Ronaldo foi o artilheiro da Copa com oito gols, dois deles na final contra a Alemanha.

Final da Copa do Mundo de 2002
Ronaldo comemorando gol na final da Copa do Mundo de 2002 Ricardo Corrêa/Placar

Romário – 1998 e 1990

Romário foi cortando da Copa Mundo de 1998 por causa de uma lesão muscular na coxa. Émerson foi chamado para o seu lugar.
Romário chora veja.com/VEJA

Quatro anos antes, o Brasil poderia ter tido uma das maiores duplas de ataque da história dos Mundiais, não fosse uma infelicidade. Em 1997, a dupla Ro-Ro (Ronaldo e Romário) brilhou intensamente nas conquistas da Copa América e da Copa das Confederações. A expectativa era grande para a Copa de 1998, mas Romário sofreu uma lesão muscular e, já concentrado com a equipe, na França, foi cortado e substituído por Emerson. O camisa 11 chorou e disse que poderia se recuperar a tempo – e, de fato, atuou pelo Flamengo antes do fim do Mundial. No mesmo Mundial, o Brasil perdeu Juninho Paulista, Flávio Conceição e Márcio Santos por lesão.

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Romário também teve uma grande frustração na Copa de 1990. Ele sofreu uma fratura no pé que limitou muito a sua mobilidade. Jogou apenas 45 minutos, contra a Escócia, e assistiu do banco à eliminação diante da Argentina. Seu parceiro Bebeto também ficou fora por lesão. Quatro anos depois, a dupla guiou o Brasil no tetracampeonato nos Estados Unidos.


Zico – 1986

Zico teve sua terceira e última chance de conquistar o Mundial em 1986, mas sucumbiu às dores do joelho. Ele sofreu uma grave lesão no Campeonato Carioca de 1985, quando torceu joelhos e tornozelos em uma dividida com Márcio Nunes, do Bangu. Voltou a jogar perto da Copa e ganhou um voto de confiança de Telê Santana, mas passou boa parte dos jogos no banco de reservas. Nas quartas de final contra a França, entrou no segundo tempo e, minutos depois, desperdiçou uma cobrança de pênalti, na eliminação brasileira.

Zico, do Brasil, no jogo contra a França, pela Copa do Mundo de 1986
Zico, do Brasil, no jogo contra a França, pela Copa do Mundo de 1986 Sérgio Sade/VEJA

Pelé – 1958

O maior de todos os craques também tem uma história de superação na Copa do Mundo, a primeira vencida pela seleção brasileira. Pelé tinha apenas 17 anos e brigava por vaga no time titular de Vicente Feola, mas se lesionou em amistoso da seleção contra o Corinthians, pouco antes do início do Mundial de 1958, na Suécia. Mesmo com muitas dores, o jovem gênio viajou com o time para a Europa (não disputou amistosos na Itália) e só entrou no time na terceira partida, contra a Rússia. Dali em diante, se apresentou ao mundo com lindos gols contra País de Gales, França e na decisão contra os anfitriões. Pelé sofreria novamente com lesões em 1962 (foi cortado durante a competição e viu das arquibancadas o bicampeonato brasileiro) e em 1966 (deixou a partida contra Portugal, que eliminou o Brasil, carregado depois de sofrer com a truculência adversária).

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Pelé com camisa da seleção, em 1958 //Agência O Globo

Kaká – 2010

O meia era um dos líderes da seleção de Dunga e candidato a craque do Mundial da África do Sul, mas vindo de uma sequência de lesões, não conseguiu render o esperado e evitar a eliminação contra a Holanda. Kaká teve um problema muscular na coxa, já começava a encarar as dores no púbis e, depois da Copa, parou para operar o joelho. Na época, os médicos diziam que o jogador estava curado, mas anos depois Kaká admitiu que atuou bem longe das condições ideais.

O meia brasileiro Kaká dribla jogadores norte-coreanos.
O meia brasileiro Kaká dribla jogadores norte-coreanos. veja.com/Getty Images

Careca – 1982

A seleção brasileira de 1982 poderia ter sido ainda mais espetacular não fosse a lesão de Careca, então revelação do Guarani e já tido como um dos grandes artilheiros do país. Aos 21 anos, ele sofreu uma lesão às vésperas do Mundial e não conseguiu se recuperar a tempo. Para seu lugar, o técnico Telê Santana chamou Roberto Dinamite. O titular do time, eliminado pela Itália nas quartas de final, foi o contestado Serginho Chulapa.

Careca, jogador do Guarani
Careca, jogador do Guarani em 1978 Rodolpho Machado/Dedoc
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