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A invasão dos patrocínios chineses no futebol brasileiro

Um site de apostas da China colocou sua marca na camisa do Fluminense; o patrocínio é voltado ao mercado asiático que assiste ao Campeonato Brasileiro

Não foi apenas o gol de bicicleta do zagueiro Tiago Alves que chamou a atenção na partida desta segunda entre Fluminense e Ceará. Uma novidade no uniforme do Tricolor carioca no jogo disputado no Maracanã tornou-se emblemática da entrada de uma nova fonte de receita dos clubes brasileiros: os patrocinadores voltados ao mercado estrangeiro. As marcas relativamente discretas, escritas em Mandarim, na altura do ombros da camisa dos jogadores do Flu são do site de apostas chinês Kashbet, que firmou contrato com o time do Rio de Janeiro na última semana, e que também patrocina equipes da Europa como o Ajax, da Holanda, o Bayer Leverkusen, da Alemanha, e a Roma, da Itália.

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Não se trata do primeiro caso de uma casa digital de apostas esportivas a comprar publicidade em eventos no Brasil, mas trata-se de um patrocínio inédito voltado a um espectador de fora do país. “O Campeonato Brasileiro tem grande audiência no mercado asiático, especialmente na China”, garante o inglês Michael Rocha-Keys, diretor comercial da agência de marketing esportivo Entourage, que intermediou o acordo. A Kashbet ainda terá espaço garantido nas placas publicitárias do Maracanã nos jogos do Fluminense.

O QUE ESTÁ ESCRITO NA PLACA? Durante a Copa América, sites de apostas já compraram espaços de publicidade voltados ao mercado asiático Alexandre Schneider/Getty Images

O interesse do público chinês no futebol sul-americano também se fez notar durante a Copa América, encerrada a duas semanas no Brasil. Nas placas eletrônicas de publicidade posicionadas nas laterais do campo tivemos anúncios escritos em caracteres do Mandarim – curiosamente, também, foram de casas de apostas voltadas ao mercado asiático.

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Estima-se que o mercado de apostas esportivas movimente 3 trilhões de dólares no mundo inteiro. Uma mudança recente na legislação brasileira, feita nos últimos momentos do governo Temer, abriu o caminho para a legalização do jogo no país. De acordo com artigo recente assinado pelos advogados Pedro Trengrouse e Flávio Zveiter, publicado em VEJA, mesmo sem nenhuma regulação e com restrições à publicidade de sites de apostas, o movimento anual do mercado brasileiro supera 4 bilhões de reais em cerca de 500 sites que oferecem apostas em competições nacionais.

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