‘A Fifa me abandonou’, diz Joseph Blatter, afastado da presidência da entidade por suspeita de corrupção
Dirigente suíço contesta a suspensão de oito anos imposta pelo Comitê de Ética da organização e promete se defender das acusações
O suíço Joseph Blatter disse que se sentiu abandonado pela Fifa depois que o Comitê de Ética da entidade decidiu suspendê-lo por oito anos de qualquer atividade ligada ao futebol. “Eu agora já não luto mais pela Fifa. Ela me abandonou. Estou lutando agora só por mim e minha honra”, afirmou à revista alemã Bunte o dirigente de 79 anos, que presidiu a entidade de 1998 até sua suspensão provisória, em outubro.
Na semana passada, o Comitê de Ética baniu Blatter e o então presidente da Uefa, Michel Platini, por “abuso de poder”, em razão de um pagamento suspeito do suíço ao francês no valor de 2 milhões de francos suíços (cerca de 8 milhões de reais). O pagamento foi feito em 2011 e se refere, segundo Platini e Blatter, a salários relativos ao trabalho do francês como consultor da Fifa entre os anos de 1998 e 2002.
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As suspeitas são de que Platini teria recebido o valor para não concorrer com Blatter nas eleições presidenciais de 2011, hipótese que o ex-jogador nega. Os investigadores, porém, alertam que o caso ainda implicaria numa falsificação do balanço financeiro da Fifa, que jamais incluiu o valor em seus informes.
Os dois vão recorrer à Corte Arbitral do Esporte, com sede na Suíça, contra a punição. “Essas falsas acusações me deram energia. Depois do Natal vou começar a reagir”, declarou Blatter na prévia da entrevista, que será publicada pela revista alemã nesta quarta-feira.
Platini – O ex-jogador francês também foi banido por oito anos e não poderá concorrer à eleição presidencial da entidade, em 26 de fevereiro de 2016, quando será definido o sucessor de Blatter. Antes do escândalo, Platini era apontado como favorito ao pleito e, segundo ele próprio, já havia conseguido 150 dos 209 votos possíveis, o que seria suficiente para ganhar a eleição no primeiro turno. “Não sei ao certo se a punição teria ocorrido caso não fosse candidato, mas eu tinha 100 votos escritos e 50 de palavra, e por isso se irritaram em Zurique”, argumentou, durante um evento em Dubai nesta segunda-feira.
“Certamente esta maquinação não é contra mim, mas contra a Uefa. Na Fifa, se odeia a Uefa porque é a única confederação sem escândalo”, completou Platini. Estão confirmados como candidatos à presidência da Fifa Ali Al Hussein, Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, Jérôme Champagne, Tokyo Sexwale e Gianni Infantino, este último secretário-geral da Uefa, que abriria mão de concorrer ao cargo se Platini fosse liberado a participar do pleito.
(da redação)