Jovens inauguram nova era na rivalidade Real Madrid x Barcelona
Vini Jr, Rodrygo, Valverde, Pedri, Gavi, Ansu Fati e outros são o presente e futuro da maior disputa na liga espanhola; Endrick é o próximo
A rivalidade entre Real Madrid e Barcelona, que sempre foi uma das maiores da Europa e ganhou alcance global com o protagonismo de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, perdeu um pouco de sua badalação depois das saídas dos craques. No entanto, uma nova era de El Clásico já começa a tomar forma graças ao surgimento de jovens talentos tanto na capital quanto na Catalunha. Enquanto o Real é o atual campeão europeu e vai em busca de mais um Mundial de Clubes, o Barça lidera La Liga com 41 pontos, três a mais que o rival. Ambos têm equipes repletas de garotos e, como de costume, a disputa é apimentada com tempero brasileiro.
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Gigantes e ímãs de torcidas nos cinco continentes, madridistas e culés depositam suas esperanças em atletas extremamente jovens. Do lado Real, os experientes Karim Benzema e Luka Modric tiveram na dupla brasileira de pontas Vinicius Júnior (22 anos) e Rodrygo (22) e no meia uruguaio Federico Valverde (24) coadjuvantes de luxo na conquista da última Champions. Os franceses Eduardo Camavinga (20) e Aurélien Tchouaméni (22) também já são realidade e garantia de um futuro brilhante no Santiago Bernabéu. Do lado do Barça, os principais nomes são espanhóis: os meio-campistas Pedri (20) e Gavi (18), o atacante Ansu Fati (20) e o lateral Alejandro Balde (19).
Culturalmente diferentes na hora de abrir espaço aos jovens, o Barcelona mantém a filosofia de formar garotos em suas categorias de base, a conhecida La Masia. Foi assim com Xavi, Iniesta e Lionel Messi e o roteiro das novas figuras não foge disso. Do outro lado, o Real Madrid, se consolidou como o clube mais eficiente em prospecção global de talentos.
No futebol, ninguém investe como Florentino Pérez, o presidente do Real Madrid: Vini Jr e Rodrygo, por exemplo, deixaram Flamengo e Santos, respectivamente, por 45 milhões de euros cada. Parecia um valor alto, mas não demorou para o campo provar o contrário. Camavinga foi a Madri por 30 milhões de euros e Valverde, o mais barato, exigiu uma negociação de 5 milhões de euros, quando tinha apenas 16 anos e atuava no Peñarol. Tchouaméni, do Monaco, foi o mais caro, 80 milhões de euros, mas já pinta como sucessor natural de Casemiro, agora no Manchester United. Houve apostas frustradas, ao menos até o momento, como o brasileiro Reinier, comprado em 2020, mas o saldo é bastante positivo.
Em comum, os novos protagonistas de Real e Barça têm a pouca idade e o sucesso precoce. Todos eles disputaram a Copa do Mundo do Catar por suas respectivas seleções. Na atual temporada europeia, Pedri, Gavi, Ansu Fati e Balde somam boa quantidade de partidas como titulares absolutos do time treinado por Xavi, da mesma forma que os garotos do Madrid, com exceção de Camavinga, que joga menos por enfrentar a concorrência dos consagrados Luka Modric e Toni Kroos.
Líder de La Liga, o Barcelona, que enfrentou grave crise financeira nos últimos anos, vem se reerguendo graças aos garotos. Ansu Fati, em apenas 576 minutos, já tem seis participações em gols. Pedri e Gavi, a dupla que dita o ritmo do meio-campo, também têm números interessantes: juntos, somam 43 passes para finalização. A desenvoltura com a qual os dois últimos eleitos do prêmio Golden Boy atuam tanto no clube quanto na seleção rendeu elogios rasgados do chefe. “Quando eu e Andrés (Iniesta) tínhamos 20 anos, não éramos tão bons quanto Pedri e Gavi são hoje”, afirmou Xavi, um dos maiores da história do Barça.
Para o Real Madrid, os frutos são ainda mais claros. Vinicius Júnior, principal protagonista entre os jovens, foi o autor do gol do título da última Liga dos Campeões, com assistência de Valverde. Além disso, o brasileiro vive outra temporada de alto nível, com 10 gols e cinco assistências em 23 jogos, uma média de 0,65 participação em gols por jogo.
No último fim de semana, o técnico Carlo Ancelotti falou especificamente sobre o caso de Rodrygo, que apesar de começar alguns jogos na reserva, já se tornou peça-chave do time. “Para mim já é titular. Em cada jogo é importante, começando ou vindo do banco. O importante é que pode jogar em qualquer posição de ataque, porque a sua qualidade é tão grande que a posição não importa. Rodrygo não é um especialista em posições, mas sim em futebol de ataque”, afirmou o italiano.
Ainda que as saídas de Cristiano e Messi tenham sido um duro baque, os rivais espanhóis seguem se reinventando. É esperado que o próximo prodígio a compor essa rivalidade seja Endrick, promessa do Palmeiras, de 16 anos, já negociado com o Real Madrid. Valendo 60 milhões de euros (atuais 340 milhões de reais), o atacante só pode se apresentar ao clube merengue em julho de 2024, quando completar maioridade. Endrick quer, portanto, seguir os passos de Evaristo de Macedo, Romário, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, Marcelo, Neymar e tantos outros compatriotas que angrandeceram a história do maior clássico da Espanha.