Jorginho abre o jogo sobre Itália fora da Copa e nova vida no Arsenal
Em entrevista à PLACAR TV, meia catarinense que defende a seleção italiana relembrou glórias e frustrações da carreira
Em um espaço de um ano, Jorginho Frello, o meia catarinense que desde 2016 defende a seleção italiana viveu as mais variadas emoções. Em 2021, foi campeão europeu com o Chelsea e também com a Azzurra. Pouco depois, foi campeão do Mundial de Clubes pelos Blues diante do Palmeiras. O que parecia um sonho virou um tormento a partir do momento em que desperdiçou um pênalti que levaria a Itália de volta à Copa do Mundo. A PLACAR, direto de sua residência em Londres, o atleta, hoje no Arsenal repassou os altos e baixos da carreira, e disse estar muito feliz com a nova fase nos Gunners.
No início do ano, Jorginho, que havia perdido espaço no Chelsea, mudou-se para o rival Arsenal e se adaptou rapidamente aos métodos do técnico Mikel Arteta, a quem rasgou elogios. “A mudança foi bem positiva, me surpreendeu o acolhimento da torcida e internamente, ver como o clube esta organizado, bem encaminhado, e a recepção que eu tive de comissão, atletas e funcionários foi fantástica.” O time terminou na segunda colocação e está de volta à Champions League.
O atleta nascido em Imbituba (SC) foi ainda adolescente para a Itália, onde se profissionalizou por Hellas Verona e brilhou pelo Napoli antes de desembarcar na Inglaterra. Ele garante: não há liga nacional como a inglesa. “A Premier é especial pela competitividade, e incrível porque você vai jogar com um time de baixo e tem que suar muito. Os estádios estão sempre cheios, a atmosfera é fantástica, os gramados são bons, e esse é o sonho de todo jogador desde que era criança.”
Glória e frustração pela Azzurra
Jorginho lembra com saudades do verão europeu de 2021, quando ergueu a Champions e a Eurocopa. Os troféus e protagonismo o fizeram subir de patamar e lhe renderam uma indicação à Bola de Ouro. O jogador nega ter se tornado uma celebridade dos gramados e garante não ter ficado frustrado com o terceiro lugar, pelo contrário.
“Não, [não virei] estrela não (risos), só um jogador com mais títulos, mas sempre lidei come essa questão com tranquilidade, curti o momento, porque sei que isso passa. Foi legal, uma realização de sonhos. Pensei em todo que passei, que valeu a pena”, diz. “Não fiquei chateado em perder a Bola de Ouro, zero. Quando criança eu nunca imaginei que fosse chegar ao terceiro lugar. Muitas vezes as pessoas olham o que não tem e não para o que tem. Eu olhei para o que eu tinha, muito feliz e agradecido por tudo.”
Durante a entrevista, Jorginho relembrou os percalços até se tornar um atleta profissional – chegou a morar em um monastério em Verona – e a opção por defender a seleção italiana, numa época em que a seleção brasileira o observava. O meia diz não se arrepender da escolha, apesar de ter ficado fora das duas últimas Copas do Mundo, com eliminações na repescagem para Suécia e Macedônia do Norte.
Nas últimas Eliminatórias, Jorginho teve a bola da classificação nos pés, em pênalti diante da Suíça, mas desperdiçou a cobrança nos minutos finais. A PLACAR, o jogador admite o baque. “Acho que foi um ponto positivo eu não estar mais morando lá, mas eu senti, lógico, a gente é ser humano e tudo que você não quer é errar. Entendo a decepção dos torcedores, do país, foi triste para eles, mas ainda mais para mim”, diz. “Eu tento buscar sempre o lado positivo das coisas, transformar esse sentimento em motivação. Ainda está nos meus objetivos disputar uma Copa pela Itália.”
Jorginho, que tem uma técnica peculiar para cobrar pênaltis (costuma caminhar devagar até a bola e dar um pulo antes de observar a movimentação do goleiro e virar o pé para deslocá-lo) diz que voltaria a bater, caso o técnico pedisse. “A coragem vem da confiança, para isso tem que praticar bastante. Ultimamente mudei um pouco o estilo, por causa dos erros, tive que ter mais variação para dificultar para o goleiro. Bateria novamente, sem problema nenhum, mas essa é uma questão que tem que ser decidida pelo treinador.”
No papo, Jorginho relembrou também a final do Mundial de Clubes de 2021, diante do Palmeiras, vencida pelo Chelsea por 2 a 1 na prorrogação. O brasileiro naturalizado italiano diz que já esperava um jogo duro diante do Verdão. “Não me surpreendeu, eu já sabia que eles viriam com muita vontade. A qualidade do time deles é nítida, eu já esperava um jogo difícil e fiquei muito feliz. Queríamos muito a conquista, o treinador [Thomas Tuchel] foi uma peça muito importante nisso, mostrando a importância daquele título.”
Antes de Jorginho, também direto de Londres, PLACAR TV realizou entrevista com Willian, do Fulham. Nas próximas semanas, o canal exibirá entrevistas exclusivas com outras estrelas da Premier League (inscreva-se aqui)