Iniesta vai deixar Japão, mas sem aposentar; veja craques ‘intermináveis’
Meio-campista de 39 anos revelou atrito com técnico para explicar saída e estará livre no mercado a partir de 1º de julho para assinar com novo clube
Ídolo do Barcelona e campeão do mundo com a seleção espanhola, Andrés Iniesta anunciou nesta quinta-feira, 25, sua saída do clube japonês Vissel Kobe, onde estava desde 2018. Com recém-completados 39 anos de idade, o meio-campista espanhol não pretende pendurar as chuteiras por enquanto e se junta a nomes como Buffon, Joaquín e Romário, atletas que tiveram carreiras vitoriosas e longevas no futebol.
“Primeiro, eu quero terminar meu tempo aqui apropriadamente e então ver quais opções estão disponíveis para mim”, afirmou Iniesta, emocionado, emcoletiva de imprensa.
“Eu quero continuar jogando e então me aposentar enquanto estou ainda ativo. É difícil para mim fazer isso aqui, então eu quero encontrar um lugar onde eu possa eventualmente me aposentar”, completou o meio-campista que estará livre no mercado a partir de julho.
Iniesta chegou ao Vissel Kobe em 2018 e fez 133 partidas pelo clube. Foi campeão da Copa do Imperador e da Supercopa do Japão, mas nos últimos dois anos perdeu espaço na equipe titular.
Na atual temporada, por exemplo, atuou em apenas cinco jogos, todos oriundos do banco de reservas. Sobre isso, Iniesta indicou divergências com o treinador da equipe, Takayuki Yoshida, para explicar o adeus ao clube.
“Nos últimos meses treinei muito com a intenção de contribuir para a equipe, mas comecei a sentir que o treinador tinha prioridades diferentes.”
Entre 2000 e 2018, Iniesta defendeu o Barcelone e saiu com status de ídolo e um dos maiores campeões. Conquistou 32 taças, incluindo quatro Liga dos Campeões e nove campeonatos espanhóis, e disputou 674 partidas.
Apesar de mais difícil, está cada vez menos incomum a fila de quarentões (ou quase) no futebol. PLACAR relembra alguns casos:
Zlatan Ibrahimović (em atividade)
Sem jogar boa parte da atual temporada pelo Milan por conta de uma lesão, aos 41 anos – completará 42 anos em dezembro – não pensa em se aposentar. O contrato do centroavante sueco com a equipe rossoneri termina em junho e o principal destino especulado é o também italiano Monza.
O jogador acumula passagens emblemáticas por Barcelona, PSG, Manchester United e dez títulos na carreira.
Joaquín
Aos 41 anos, o meia espanhol se aposentou do futebol em abril deste ano pelo Real Betis.
Revelado pelo próprio Betis, jogou profissionalmente pelo clube entre 1999 e 2006. Passou por Valencia, Málaga e Fiorentina e retornou à casa em 2016. É o jogador que mais vestiu a camisa do time de Sevilha e o mais velho a marcar três gols em uma partida de La Liga. Tem ainda 51 jogos e quatro gols pela seleção espanhola.
Javier Zanetti
Depois de uma incrível volta por cima após se recuperar de uma cirurgia no tendão de Aquiles já na reta final de carreira, o lateral argentino atuou em alto nível até os 40. Parou com quase 41, em maio de 2014. Foram 19 temporadas pela Inter de Milão, 851 partidas disputadas, cinco títulos italianos, quatro Copas da Itália, além de uma Champions e um Mundial de Clubes, em 2010.
Revelado pelo Talleres, o defensor atuou pelo Banfield na Argentina e ficou de 1995 a 2014 em atividade na Europa antes do adeus. Fez, também, cinco gols em 143 jogos pela seleção de seu país.
Gianluigi Buffon (em atividade)
Um dos maiores da história em sua posição, o lendário goleiro italiano completou em 28 de janeiro 45 anos – e nem pensa em parar. Atuando pelo Parma, clube que o revelou no fim da década de 1990, atualmente na segunda divisão italiana, o veterano acredita que poderá jogar até os 50.
Em mais de vinte anos de carreira, ainda tem marcante passagem pela Juventus, clube pelo qual conquistou dez títulos da Série A italiana, além de uma Série B e se transformou em ídolo.
“Gigi” já foi a cinco Copas: como reserva em 1998 e titular em 2002, 2006, 2010 e 2014. O recorde poderia ter sido batido em 2018 ou 2022, mas a Itália acabou ficando fora.
Romário
Romário de Souza Faria tinha credenciais de sobra para estender a carreira – e assim o fez. Melhor do jogador do mundo em 1994 e goleador por onde passou (Vasco, PSV, Barcelona, Flamengo e seleção brasileira são os principais), parou com 1.002 gols (em sua conta pessoal), 32 títulos na carreira – o principal deles o da da Copa do Mundo de 1994 – e aos 42 anos, jogando pelo América-RJ, o time de coração de seu pai.
Aos 39, em 2005, o Baixinho terminou o Campeonato Brasileiro como principal goleador da competição, ao lado do argentino Carlos Tévez, com 21 gols. Fez 70 jogos pela seleção, marcou 55 gols. Foram 326 gols pelo Vasco, 204 pelo Flamengo e outros tantos pelos clubes em que passou.
Paolo Maldini
Não há como desassociar Milan e Paolo Maldini. O antigo lateral e zagueiro conquistou nada menos do que 25 títulos pelo clube rossoneri, participou de grandes equipes, foi capitão, levantou cinco Champions, fez 902 jogos e fincou o seu nome na história. Parou aos 40 – perto de completar 41. Também vestiu a camisa da seleção italiana por 126 vezes. Com o tempo, passou a jogar mais como zagueiro e hoje é dirigente do time italiano.
Kazu Miura (em atividade)
O atacante japonês segue em atividade mesmo aos 55 anos. Nesta temporada, o jogador que atuou no futebol brasileiro por Santos, Palmeiras, Coritiba, CRB-AL e outros clubes do Brasil defende o Oliveirense, clube da segunda divisão do Campeonato Português.
Idolatrado em seu país, “King Kazu” se tornou em 2017 o jogador profissional mais velho em atividade no mundo e também o mais velho a ter marcado um gol em competições oficiais, superando a lenda inglesa Stanley Matthews, que detinha os dois recordes.
O veterano chegou até a inspirar o autor da série de mangá ‘Capitão Tsubasa’ (conhecida como ‘Super Campeões’, no Brasil), Yoichi Takahashi, e virou um grande garoto-propaganda do esporte.
A lista ainda tem diversos outros nomes como do alemão Lothar Matthäus, o camaronês Roger Milla, o dos brasileiros Mauro Galvão, Vitorino Hilton, aposentado aos 43 anos em julho do último ano, e Rivaldo, além do inglês Stanley Matthews, único jogador a atuar na primeira divisão inglesa com mais de 50 anos.