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Federação francesa afasta presidente após acusações de assédio sexual

Noël le Graët deixou o cargo após reunião extraordinária, que também retirou o gerente geral da entidade; dirigente deu polêmica declaração sobre Zidane

O presidente da FFF (Fédération Française de Football, a Federação Francesa de Futebol na tradução para o português), Noël le Graët, foi afastado nesta quarta-feira, 11, do cargo máximo da entidade que gere o futebol do país. A decisão foi tomada após reunião extraordinária do comitê executivo, que optou pela retirada de Graët e do gerente geral Florence Hardouin de suas funções. O vice-presidente, Philippe Diallo, assumirá a presidência.

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“Noël Le Graët, de acordo com o Comitê Executivo da FFF reunido hoje em Paris, foi retirado de suas funções como Presidente da Federação até a comunicação final da auditoria realizada pelo Ministério do Esporte e aguardando sua análise pelo comitê da FFF”, disse a entidade, que submeterá o dirigente a investigação.

“A FFF também decidiu demitir Florence Hardouin, gerente geral da FFF, como medida de precaução”, acrescentou.

Noël le Graët ocupava o cargo desde junho de 2011 e esteve recentemente envolvido em uma série de polêmicas, a principal delas envolvendo Sonia Souid, influente agente do futebol francês, que acusou o dirigente de assédio sexual.

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Dias antes, porém, já havia repercutido uma polêmica declaração à RMC Sports sobre Zinedine Zidane, então cotado para suceder Didier Deschamps no cargo de treinador – que renovou o contrato até 2026.

Ele contou que não se importaria em ver um dos maiores ídolos do futebol do país treinando a seleção brasileira e que sequer teria atendido suas ligações.

“Zidane para o Brasil? Eu não me importo. Se ele tivesse me procurado para treinar a seleção francesa, não teria atendido o telefone. Faça um programa especial para ele encontrar um clube”, afirmou na ocasião.

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A declaração causou revolta de Kylian Mbappé, principal jogador dos Bleus e uma das estrelas do Paris Saint-Germain. Sem mencionar diretamente Graët, pediu respeito ao antigo camisa 10: “Zidane é a França, não desrespeitamos a lenda assim”, disse.

Ao jornal francês L’Equipe, Souid relatou um encontro com Graët no apartamento dele, em 2014, há pouco mais de oito anos. Ao chegar ao local para uma reunião, conta ter sido surpreendida com duas taças de champanhe. Ela relata ter ido embora.

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“Eu tinha 28 anos naquela época. Ele tinha 72. Ele deveria ter esse respeito. Ele nunca me olhou como uma agente, mas como um bombom para mastigar. Para falar vulgarmente, ele me enxergava como dois peitos e uma bunda”, disse na ocasião.

“Eu sou uma das raras mulheres (agentes), tento me provar. E, apesar disso, percebi que, a cada hora, a única coisa que lhe interessava eram meus dois peitos e minha bunda. Isso é uma violência, me machucou. É humilhante”, completou.

Souid conta que o dirigente ainda passou a escrever constantemente para ela com frases como “sinto sua falta” e com convite para assistir a jogos.

A França terminou a última Copa do Mundo do Catar com o vice-campeonato, perdido nos pênaltis para a Argentina. Na edição anterior, na Rússia, em 2018, ficou com o título mundial.

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