Barcelona responderá criminalmente em ‘Caso Negreira’; entenda
Guarda Civil esteve na sede do clube espanhol em razão da acusação formal de suborno por pagamentos ao vice-presidente da comissão de arbitragem
O Barcelona foi formalmente indiciado por suborno ativo na Justiça da Espanha, devido ao ‘Caso Negreira’, no qual pagou 7,6 milhões de euros ao vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros, José María Enríquez Negreira, ao longo de 17 anos. Assim, a equipe catalã terá de responder criminalmente nos próximos meses.
A Guarda Civil esteve na sede da Federação Espanhola de Futebol para apreender documentos relacionados ao caso. Além do clube, outras três pessoas foram indiciadas: os ex-presidentes Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell, além do próprio Negreira e seu filho.
O juiz Joaquin Aguirre considerou que os pagamentos realizados pelo Barcelona satisfaziam os interesses do clube, configurando o crime de suborno. O Barcelona não pode mais sofrer sanções esportivas na Espanha devido à prescrição, mas ainda pode receber punições da Uefa.
A investigação da Procuradoria de Barcelona apontou pagamentos de 7,6 milhões de euros a uma empresa de Negreira entre 2016 e 2018. Enríquez Negreira alegou que os pagamentos eram por assessoria aos atletas em relação às regras de comportamento com a arbitragem, porém, não foram apresentados documentos comprovativos. O ex-presidente Bartomeu afirmou que os pagamentos terminaram devido a uma política de corte de despesas e que os relatórios existiam desde pelo menos 2003.
De acordo com informações do portal SER da Catalunha, a empresa do ex-árbitro recebeu cerca de 2,9 milhões de euros em 2016, 3 milhões de euros em 2017 e 1,7 milhão de euros em 2018. A investigação teve início após uma auditoria fiscal realizada na empresa.
Enríquez e seu filho já prestaram depoimento perante o Ministério Público e afirmaram, em entrevista à reportagem, que nunca concederam tratamento preferencial ao Barcelona. Segundo o ex-vice-presidente do comitê de arbitragem espanhol, os pagamentos foram efetuados ao clube em troca de serviços de consultoria, que envolviam explicar aos jogadores as regras de conduta em relação à arbitragem.
No entanto, a empresa de Enríquez Negreira nunca apresentou qualquer documentação que comprovasse a prestação de serviços ao Barcelona. O ex-presidente Josep Maria Bartomeu assegurou ao “SER” que os pagamentos cessaram devido a uma política de redução de despesas e revelou que esses relatórios já existiam, pelo menos, desde 2003, quando assumiu a presidência do clube, e foram pagos regularmente até 2018.
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