Ancelotti renova com o Real Madrid: quais as opções da CBF agora?
Treinador italiano renovou contrato com o clube espanhol até junho de 2026; com presidente e técnico interinos, CBF tem mais um problema a resolver
Carlo Ancelotti não dirigirá a seleção brasileira a partir de 2024, como havia informado tantas vezes a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nesta quinta-feira, 29, o Real Madrid confirmou a renovação de contrato do treinador italiano até junho de 2026. A notícia complica ainda mais a situação da CBF, que tem como interinos seu presidente (José Perdiz) e o técnico da seleção (Fernando Diniz).
Comunicado Oficial: renovación de Carlo Ancelotti.#Ancelotti2026 | #RealMadrid
— Real Madrid C.F. (@realmadrid) December 29, 2023
Em julho, ao anunciar a contratação de Fernando Diniz como treinador temporário, Ednaldo Rodrigues, então presidente da CBF, chegou a confirmar que já havia um acordo com Ancelotti.
“A proposta de jogo dele [Diniz] é quase parecida com a do treinador que assumirá a partir da Copa América, o Ancelotti. Tem quase o mesmo tipo de proposta de jogo”, avaliou Ednaldo na ocasião. Em outras ocasiões, o dirigente chegou a declarar que estava tudo alinhado com o italiano, mas que o acordo não poderia ser oficializado, pois ele ainda tinha contrato com o Real Madrid.
Ancelotti, por sua vez, jamais confirmou qualquer tipo de acordo. Em sua última declaração, disse não passar de “rumores”. A fala mais animadora para a CBF vinda da Europa havia sido dada, de forma inusitada, pelo reitor da Universidade de Parma.
Péssimo início de Diniz
Enquanto isso, Diniz, que conciliou o cargo com suas funções no Fluminense, não conseguiu aplicar sua metodologia na seleção em tão pouco tempo e colecionou péssimos resultados como interino. Em seis jogos, ele somou duas vitórias, um empate e três derrotas, a última delas diante da Argentina, no Maracanã, a primeira derrota em casa do Brasil na história das Eliminatórias.
Dentre outras marcas negativas, foi com Diniz que o Brasil perdeu seu primeiro jogo para a Colômbia em Eliminatórias e sofreu sua primeira derrota para o Uruguai em todas as competições desde 2001.
Os números da seleção brasileira de Diniz
6 jogos
2 vitórias
1 empate
3 derrotas
38,8% de aproveitamento
8 gols marcados
7 gols sofridos
Situação da CBF e possíveis opções de treinador
O ex-presidente Ednaldo Rodrigues foi afastado do cargo na CBF em 7 de dezembro, por decisão do Tribunal de Justiça do Rio. Em seu lugar, foi colocado como interino o presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), José Perdiz de Jesus, até 25 de janeiro, data prevista para uma nova eleição.
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Ednaldo tentou viabilizar uma nova candidatura, mas não conseguiu o apoio necessário. Dois nomes, então, surgiram como possíveis candidatos: o advogado Flávio Zveiter, ex-diretor da CBF e ex-presidente do STJD, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Nos últimos dias, dois partidos acionaram a Justiça contra a decisão do afastamento de Ednaldo. O último foi o PC do B (Partido Comunista do Brasil), em processo sorteado para o ministro do STF, Gilmar Mendes, que pediu encaminhamento à AGU (Advocacia-Geral da União) e PGR (Procuradoria-Geral da República). Antes, ação semelhante, enviada pelo PSD (Partido Social Democrático) ao Supremo, já havia sido negada na semana passada pelo ministro André Mendonça.
Sem presidente efetivo na CBF e com a Copa América de 2024 tão próxima, marcada para começar em junho, é de se imaginar, após o fim do sonho por Ancelotti, que Diniz seja mantido pelo menos até o fim da competição continental. A CBF nunca trabalhou oficialmente com uma alternativa a Ancelotti.
O nome mais óbvio, analisando os resultados recentes no futebol nacional, seria o do português Abel Ferreira, multicampeão pelo Palmeiras. Renato Gaúcho, que encerrou bem a temporada 2023 pelo Grêmio, já declarou diversas vezes que chegar à seleção é sua grande meta profissional. Nomes como os dos portugueses José Mourinho, atualmente na Roma, e Jorge Jesus, do Al-Hilal, também agitam as redes sociais, mas não há qualquer indício de negociação até o momento.