Valcke avisa: ‘Nós podemos mudar tudo até 1º de agosto’
Cartola da Fifa volta a alertar sobre prazo inegociável na entrega dos estádios da Copa. Quem não provar que estará pronto a tempo corre risco de exclusão
“Nós já dissemos que não é possível aceitar atrasos. É preciso muito tempo para preparar e testar tudo para a Copa. É um evento de uma dimensão diferente da Copa das Confederações”, ressaltou Valcke
A Fifa não se cansa de repetir: depois da tolerância com os atrasos nas obras para a Copa das Confederações, os prazos estabelecidos para o Mundial de 2014 são inegociáveis. O recado voltou a ser dado na manhã desta terça-feira, durante a visita do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Questionado sobre o ritmo das obras do Itaquerão, em São Paulo, o francês reiterou que a entidade não irá aceitar nenhum atraso para a Copa do Mundo. O torneio só acontece em junho de 2014, mas todos os estádios deverão estar entregues até dezembro deste ano. Valcke, que já havia criticado duramente o andamento dos preparativos para o Mundial, vinha adotando tom mais ameno em suas últimas declarações. Desta vez, no entanto, ele reforçou a cobrança, deixando claro que o risco de exclusão das arenas que não ficarem prontas até o fim do ano é real.
Sobre o Itaquerão, palco da abertura do torneio, o secretário-geral teve palavras duras. Ele prometeu visitar São Paulo para discutir a situação do estádio em breve. “Eles vão ter de acelerar. Isso não é uma ameaça, mas nós podemos mudar tudo até 1º de agosto, quando deve começar a venda dos ingressos. Portanto, ainda temos uma possibilidade de mudar o que for necessário. Os estádios têm de ser entregues a tempo”, reforçou ele. “Nós já dissemos que não é possível aceitar atrasos. É preciso muito tempo para preparar e testar tudo para a Copa. É um evento de uma dimensão diferente da Copa das Confederações”, afirmou o segundo principal dirigente da Fifa. Em relação a Brasília, palco da abertura da Copa das Confederações, dentro de apenas um mês, em 15 de junho, Valcke se disse satisfeito (no início do mês, ele se dizia preocupado com o local). O secretário-geral afirmou que a arena da capital federal está na “primeira lista” de seus palcos favoritos do Mundial.
“É um estádio magnífico”, elogiou, depois de passear pelo campo ao lado dos ex-craques Ronaldo e Bebeto, do governador Agnelo Queiroz e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. “Como torcedor, já posso imaginar ver jogos magníficos aqui. Tenho certeza que o público ficará espantado e deslumbrado com esta arena.” Com 97% das obras concluídas – faltam alguns retoques, principalmente na limpeza, pintura e na parte elétrica -, a arena de Brasília – a mais cara entre todas as construídas ou reformadas para a Copa do Mundo – será inaugurada no próximo sábado, durante a final do Campeonato Brasiliense. No próximo dia 26, o estádio receberá uma das partidas de abertura do Brasileirão, com um aguardado encontro entre Santos e Flamengo. A obra foi alvo de muitos questionamentos, principalmente em função do custo muito elevado e da perspectiva de pouco uso depois da Copa, já que o futebol do Distrito Federal costuma ter média de público muito baixa.