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UFC Rio 3: Bonnar, o boa-praça que pode estragar a festa

Ele não se leva a sério, faz piada sobre próprio desempenho e não engrenou na carreira. Mas tem uma chance de ouro de ser o primeiro a bater Anderson

“Espero que ele quebre a mão e o pé na minha cabeça para eu tirar vantagem”, disse Bonnar sobre o encontro com Anderson, revelando seu estilo peculiar de humor

O americano Stephan Bonnar ganhou destaque no UFC quando tinha 28 anos, em 2005, ao fazer uma das lutas mais importantes da história da franquia: a final da primeira temporada do reality show The Ultimate Fighter, quando perdeu para Forrest Griffin na decisão por pontos. Depois do épico confronto, considerado decisivo para atrair a atenção do grande público para a modalidade, Bonnar não conseguiu se firmar. O americano conseguiu algumas vitórias, mas sua carreira ficou marcada pela irregularidade e pelas derrotas nos duelos contra lutadores de primeiro escalão, como Rashad Evans e Jon Jones. Hoje com 35 anos, ele estava quase aposentado quando ganhou a chance de ouro de enfrentar Anderson Silva, campeão dos médios, em sua categoria, a dos meio-pesados. Mais do que o convite de disputar outra luta importante antes de pendurar as luvas, ele ganhou a oportunidade de fazer história – afinal, ainda que a luta não valha o cinturão de Anderson, está em jogo a invencibilidade do brasileiro no UFC. Dono da festa no UFC Rio 3, no sábado, o Spider é favorito absoluto. Mas por trás da imagem de boa-praça, da modéstia em suas declarações e do cartel apenas razoável, Stephan Bonnar pode significar uma armadilha na carreira de Anderson, já que é um lutador experiente, resistente aos mais duros golpes e, mais importante ainda, não tem nada a perder no Rio de Janeiro.

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As lutas do UFC Rio 3

Card principal

Anderson Silva x Stephan Bonnar

Minotauro x Dave Herman

Glover Teixeira x F. Maldonado

Jon Fitch x Erick Silva

Wagner Caldeirão x Phil Davis

Demian Maia x Rick Story

Card preliminar

Rony Jason x Sam Sicilia

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Gleison Tibau x F. Massaranduba

Diego Brandão x Joey Gambino

Serginho Moraes x Renée Forte

Luiz Cané x Chris Camozzi

Cristiano Marcello x Reza Madadi

Sem lutar desde novembro de 2011, Stephan Bonnar vem de três vitórias consecutivas e cogitava a aposentadoria por acreditar que não enfrentaria os melhores de sua categoria. Antes de aceitar a luta contra Anderson Silva, tentou enfrentar Rampage Jackson e o desafeto Forrest Griffin, até em uma possível reedição do TUF, agora como técnico. O UFC não levou suas ideias adiante. Recebeu uma oferta para lutar contra Glover Teixeira no Rio, mas recusou com uma justificativa inusitada – o fato de ter mais seguidores que o brasileiro no Twitter. “Só lutaria outra vez se fosse algum desafio grande. Tentei alguns nomes, mas não consegui. Parecia que tinha me aposentado, mas larguei a aposentadoria para a maior luta que poderia ter sonhado”, disse ao site MMA Junkie. O episódio da recusa da luta e as justificativas apresentadas por Bonnar podem dar uma impressão equivocada sobre o atleta. Famoso pelo humor autodepreciativo, não tem inimigos no UFC. Costuma admitir suas fraquezas e fazer piada delas, algo incomum no MMA (confira nos vídeos abaixo). Ao marcar a luta contra Anderson, chegou a dizer que estava “apavorado”. Para muitos, o americano poderia ter conseguido lutas melhores na carreira caso tivesse a mesma capacidade de autopromoção que Chael Sonnen, por exemplo.

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Os campeões de MMA na mira: a vez das marias-tatame

O dilema do UFC: respeitar o esporte ou priorizar o show? Até por causa desse perfil, Bonnar pode ser um adversário traiçoeiro. Se engana quem pensa que a luta vai ser fácil para o brasileiro. Com dezessete vitórias e sete derrotas, Bonnar costuma ser muito bom na trocação e ainda não foi nocauteado (perdeu duas vezes por interrupção médica). A capacidade de absorver os mais brutais golpes, aliás, é uma característica de sua carreira. Derrubar Bonnar é dificílimo – o que pode transformar a luta de sábado num desafio melhor do que se esperava para Anderson. “Espero que ele quebre a mão e o pé na minha cabeça para eu tirar vantagem”, disse ao programa Inside MMA. O americano chegou a revelar que não acreditou que a proposta para lutar com Anderson era verdadeira – achava que era um trote do seu empresário. As declarações do lutador deixam claro que Bonnar poderia ter tido uma carreira muito diferente caso fosse arrogante e provocador como Chael Sonnen. Os organizadores do UFC já deram vários exemplos de que mais importante que uma boa luta é o interesse que os lutadores trazem para o duelo, através de alfinetadas mútuas. É tarde demais para Bonnar mudar de estilo e conseguir se firmar como um grande campeão no MMA. Mas o modesto e esforçado americano pode transformar sua biografia quando subir ao octógono no Rio dentro de quatro dias.

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Dicas de Griffin

Derrotado por Anderson no passado, Forrest Griffin recebe o ex-rival Bonnar para tentar explicar como enfrentar o brasileiro – e avisa que derrotar o campeão é quase impossível…

Terapia com Sonnen

Em esquete cômico digno de um ‘Saturday Night Live’, Bonnar aparece no divã de Sonnen, que tenta convencê-lo a ser tão arrogante quanto ele – e, assim, ser levado a sério pelos oponentes

Desafio no Rio

Em vídeo oficial do UFC Rio 3, Bonnar aparece como o grande azarão do evento, candidato a protagonizar uma zebra histórica diante da torcida brasileira

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