UFC Goiânia: Mutante vence em noite ruim para brasileiros
Lutadores estrangeiros não se deixaram intimidar pela barulhenta torcida que lotou a arena: eles levaram a melhor no placar geral contra os atletas da casa
Sob vaias da torcida, que apoiou Daniel Sarafian, os jurados deram a vitória para Cezar Mutante, por decisão dividida, na penúltima luta da noite
O UFC em Goiânia, que começou na noite deste sábado, é o último evento em território brasileiro em 2013. O que deveria servir como uma celebração por um ano recheado de boas noites de lutas tornou-se um pesadelo para os atletas brasileiros. Foram cinco derrotas e apenas três vitórias nos primeiros combates contra os estrangeiros. Na última luta antes do confronto principal, que coloca frente a frente Vitor Belfort e o americano Dan Henderson, Cezar Mutante derrotou Daniel Sarafian por decisão dividida dos jurados. No card preliminar, a maioria dos brasileiros decepcionou: foram três derrotas e apenas duas vitórias, de Adriano Martins e Thiago Tavares. Apesar dos resultados negativos e do forte calor na arena, os mais de 10.000 torcedores não pararam de incentivar os lutadores do Brasil (e também o carismático argentino Santiago Ponzinibbio, que participou da segunda temporada brasileira do reality show The Ultimate Fighter).
Leia também:
UFC Goiânia fecha ano da expansão da marca pelo Brasil
UFC Goiânia: Belfort enfrenta teste final antes do cinturão
UFC em Goiânia decidirá os rumos de Belfort e Henderson
UFC: pesagem em Goiânia teve torcida fria e sem emoção
Dana White: Belfort está a uma vitória de disputar o título
A primeira luta do card principal manteve a maré ruim para os atletas locais. O cearense Rony Jason foi nocauteado em menos de trinta segundos pelo americano Jeremy Stephens, na categoria peso-pena. Jason começou o combate tentando encontrar a distância segura para agir, mas ao tentar acertar um soco foi pego de surpresa e levou um chute que o deixou desacordado. Na sequência, a primeira e única luta sem brasileiros. O argentino Santiago Ponzinibbio, que teve total apoio da torcida local, perdeu para o americano Ryan LaFlare na decisão dos jurados, entre os meio-médios. Ponzinibbio foi dominado durante os três rounds e quase conseguiu um nocaute surpreendente no fim do terceiro assalto, mas o argentino não tinha mais forças para garantir a vitória. O americano se recuperou do golpe e garantiu o triunfo por pontos.
Acompanhe VEJA Esporte no Facebook
Logo depois, Paulo Thiago entrou no octógono para enfrentar o americano Brandon Thatch. O brasileiro, porém, não conseguiu impor seu ritmo de luta e foi nocauteado ainda no primeiro round. O americano foi mais agressivo e acertou chutes e joelhadas na costela do brasileiro, que caiu no chão pedindo para o árbitro interromper o combate. Thatch percebeu que Paulo Thiago não esboçou reação e parou de bater antes mesmo que a luta fosse oficialmente finalizada. Foi a segunda vitória de Thatch no torneio. A primeira luta vencida pelo Brasil no card principal foi de Rafael Feijão. Ele enfrentou o croata Igor Pokrajac, que teve uma atuação abaixo da média. Feijão foi perfeito nas joelhadas enquanto estava grudado na grade e conseguiu o nocaute ainda no primeiro round. O lutador, que entrou no octógono com uma música tradicional de Goiás, aproveitou para fazer média com a torcida e repetiu um trecho da canção depois da vitória: “Quando eu quero mais, eu vou para Goiás”.
A luta que deveria ser a final da primeira edição brasileira do The Ultimate Fighter aconteceu neste sábado. Cezar Mutante e Daniel Sarafian entraram no octógono aparentando muita concentração e nenhum dos dois quis arriscar gastar muito fôlego ou abrir uma brecha para ser golpeado no primeiro round. No segundo assalto, Mutante conseguiu uma queda, mas não aproveitou o ground and pound. Sarafian ficou em pé, tentou apostar na trocação, mas Mutante voltou a levar a luta para o chão. Insistindo em deixar o combate sem ação, Mutante começou a ser vaiado pela torcida local, que escolheu torcer por Sarafian. Com os dois lutadores exaustos, o último round foi o mais monótono. Cezar Mutante continuou tentando travar a luta no chão, mas sem muita objetividade para conseguir a finalização. Daniel Sarafian se defendia muito bem com seu jiu-jitsu e tentava seguir com o combate em pé. Sob vaias da torcida, os jurados deram a vitória para Cezar Mutante.