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UFC Goiânia: Belfort atropela e lutará por título dos médios

Nocaute histórico – o primeiro sofrido pelo fortíssimo americano de 43 anos – fecha ano perfeito para o carioca, que vai esperar por Weidman ou Anderson

Não fosse pelo show de Belfort, a torcida teria saído desanimada do ginásio. Foram cinco derrotas e apenas três vitórias nos primeiros combates contra os estrangeiros

O brasileiro Vitor Belfort fechou um ano perfeito na madrugada deste domingo, conseguindo sua terceira vitória no país em 2013 – e, mais uma vez, de forma espetacular. Depois de derrotar Michael Bisping (em São Paulo, em janeiro) e Luke Rockhold (em Jaraguá do Sul, em maio), agora a vítima foi o americano Dan Henderson, em Goiânia. O triunfo do carioca veio por nocaute, de forma inquestionável, logo no primeiro assalto. Henderson, de 43 anos, nunca havia sido nocauteado na carreira (esta foi sua 40ª luta como profissional). Ainda assim, Belfort precisou de pouco tempo para atropelar o americano. Os dois lutadores passaram o primeiro minuto se estudando, sem trocar nenhum golpe, mas Belfort partiu para o ataque e conseguiu uma excelente combinação de socos e chutes que obrigou o árbitro a interromper o combate. O lance decisivo – repetindo o que já havia ocorrido contra Bisping e Rockhold – foi um chute certeiro no rosto do oponente. “Quando alguém fala para você que já era, Deus coloca mais uma vida em você. Deus me deu força para batalhar e conquistar”, discursou Belfort depois da luta.

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Com o resultado positivo, Belfort deve ser confirmado como o próximo desafiante do cinturão dos médios, hoje nas mãos do americano Chris Weidman (que enfrenta o ex-campeão Anderson Silva, em Las Vegas, em 28 de dezembro). Belfort, que já foi o dono dos títulos dos pesados e dos meio-pesados, agora sonha em ser o campeão de mais uma divisão no ano que vem. O UFC em Goiânia foi o último evento em território brasileiro em 2013. E o que deveria servir como uma celebração por um ano recheado de boas noites de lutas tornou-se um pesadelo para os atletas do país – não fosse pelo show de Belfort, a torcida teria saído desanimada do ginásio. Foram cinco derrotas e apenas três vitórias nos primeiros combates contra os estrangeiros. Na última luta antes do confronto entre Belfort e Henderson, Cezar Mutante derrotou Daniel Sarafian por decisão dividida dos jurados. No card preliminar, a maioria dos brasileiros decepcionou: foram três derrotas e apenas duas vitórias, de Adriano Martins e Thiago Tavares. Apesar dos resultados ruins e do calor sufocante na arena, os mais de 10.000 torcedores não pararam de incentivar os lutadores do Brasil (e também o carismático argentino Santiago Ponzinibbio, que participou da segunda temporada brasileira do reality show The Ultimate Fighter.

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A primeira luta do card principal manteve a maré ruim para os atletas locais. O cearense Rony Jason foi nocauteado em menos de trinta segundos pelo americano Jeremy Stephens, na categoria peso-pena. Jason começou o combate tentando encontrar a distância segura para agir, mas ao tentar acertar um soco foi pego de surpresa e levou um chute que o deixou desacordado. Na sequência, a primeira e única luta sem brasileiros. O argentino Santiago Ponzinibbio, que teve total apoio da torcida local, perdeu para o americano Ryan LaFlare na decisão dos jurados, entre os meio-médios. Ponzinibbio foi dominado durante os três rounds e quase conseguiu um nocaute surpreendente no fim do terceiro assalto, mas o argentino não tinha mais forças para garantir a vitória. O americano se recuperou do golpe e garantiu o triunfo por pontos.

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Logo depois, Paulo Thiago entrou no octógono para enfrentar o americano Brandon Thatch. O brasileiro, porém, não conseguiu impor seu ritmo de luta e foi nocauteado ainda no primeiro round. O americano foi mais agressivo e acertou chutes e joelhadas na costela do brasileiro, que caiu no chão pedindo para o árbitro interromper o combate. Thatch percebeu que Paulo Thiago não esboçou reação e parou de bater antes mesmo que a luta fosse oficialmente finalizada. Foi a segunda vitória de Thatch no torneio. A primeira luta vencida pelo Brasil no card principal foi de Rafael Feijão. Ele enfrentou o croata Igor Pokrajac, que teve uma atuação abaixo da média. Feijão foi perfeito nas joelhadas enquanto estava grudado na grade e conseguiu o nocaute ainda no primeiro round. O lutador, que entrou no octógono com uma música tradicional de Goiás, aproveitou para fazer média com a torcida e repetiu um trecho da canção depois da vitória: “Quando eu quero mais, eu vou para Goiás”.

A luta que deveria ser a final da primeira edição brasileira do The Ultimate Fighter aconteceu neste sábado. Cezar Mutante e Daniel Sarafian entraram no octógono aparentando muita concentração e nenhum dos dois quis arriscar gastar muito fôlego ou abrir uma brecha para ser golpeado no primeiro round. No segundo assalto, Mutante conseguiu uma queda, mas não aproveitou o ground and pound. Sarafian ficou em pé, tentou apostar na trocação, mas Mutante voltou a levar a luta para o chão. Insistindo em deixar o combate sem ação, Mutante começou a ser vaiado pela torcida local, que escolheu torcer por Sarafian. Com os dois lutadores exaustos, o último round foi o mais monótono. Cezar Mutante continuou tentando travar a luta no chão, mas sem muita objetividade para conseguir a finalização. Daniel Sarafian se defendia muito bem com seu jiu-jitsu e tentava seguir com o combate em pé. Sob vaias da torcida, os jurados deram a vitória para Cezar Mutante.

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