UFC: Cigano já bateu Velasquez, mas ainda estuda o rival
Luta foi tão rápida que não deu tempo de entender seu jogo, explica campeão
“É uma vergonha um atleta usar substâncias proibidas para melhorar o rendimento. Quem vence assim é um falso campeão. Sua performance dentro do octógono não é dele, é artificial”
Depois de viajar aos Estados Unidos para cumprir compromissos com patrocinadores, o campeão Júnior Cigano retornou ao Brasil para retomar os preparativos para seu próximo desafio: a defesa do cinturão dos pesados, em 29 de dezembro, no UFC 155, em Las Vegas, contra o americano Cain Velasquez, de quem o brasileiro tirou o título. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, no centro de treinamento do Corinthians, em São Paulo, Cigano falou sobre a contagem regressiva para o evento e sobre o adversário – e confessou que, apesar de a luta de dezembro ser uma revanche, ele terá de estudar muito o oponente. O motivo: a luta de 2011 foi tão rápida que Cigano nem sequer teve tempo de aprender mais sobre a estratégia de Velasquez. O combate, o primeiro transmitido ao vivo pela TV Globo no país, durou pouco mais de um minuto.
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“Na minha primeira luta contra o Velasquez, eu nem não consegui entender qual seria seu jogo. Mas estamos estudando para saber quais serão suas ações. O importante é ter confiança, coragem e determinação”, disse o lutador, convicto de uma boa defesa de título. A luta acontece em uma das datas mais importantes para o UFC, às vésperas do réveillon. Júnior Cigano ficará em São Paulo até a segunda quinzena de novembro e depois voltará a Salvador para finalizar seus treinos. Realizar a etapa final de preparação para uma luta na cidade é um costume do atleta. “O ar da Bahia me faz bem”, explicou o campeão, que brincou com a possibilidade de se mudar para São Paulo em função de seu recente contrato com o Corinthians. “O trânsito foi o que mais me impressionou. Mas os treinos aqui foram uma experiência muito boa. Quem sabe não foi o começo de uma adaptação?”
Cigano voltou a criticar o holandês Alistair Overeem, que deveria enfrentá-lo no UFC 146, em maio, mas foi pego no exame antidoping. Depois da repetição do problema – inclusive no UFC Rio do mês passado, onde Stephan Bonnar e Dave Herman também foram flagrados – o brasileiro se disse a favor de um controle mais rigoroso. “Acho que deveriam ser feitos novos testes sanguíneos, pra saber de fato como foi feita a preparação do atleta. É uma vergonha um atleta usar substâncias proibidas para melhorar o rendimento. Quem vence assim é um falso campeão. Sua performance dentro do octógono não é dele, é artificial.” Overeem está suspenso por doping até dezembro, mas já começou a polemizar nas entrevistas para tentar ganhar outra chance de desafiar Cigano. “Se ele for liberado para lutar e o UFC quiser, vou enfrentá-lo. Posso nocautear qualquer um, seja no boxe, seja no MMA.”
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