UFC 157: Ronda Rousey brilha, finaliza rival e faz história
Depois de escapar de um mata-leão – e de impedir que o seu top escorregasse -, a estrela fez o que todos esperavam: venceu com chave de braço no 1º round
Antes da luta histórica entre as mulheres, o Brasil ganhou mais uma chance de conquistar um título no UFC – agora, com Lyoto Machida, que derrotou o veterano americano Dan Henderson, em polêmica decisão dividida dos jurados
A americana Ronda Rousey, de 26 anos, garantiu de vez um lugar na história do MMA ao confirmar seu favoritismo e vencer a primeira luta feminina a ser realizada pelo UFC, neste sábado, na Califórnia. A jovem estrela, que tem um cartel perfeito na modalidade, derrotou a também americana Liz Carmouche – como de costume, com uma chave de braço no primeiro assalto, repetindo o que já tinha feito em todas as suas outras lutas como profissional (agora, são sete vitórias, todas com o mesmo golpe). Apesar do domínio de Ronda, a primeira luta de mulheres na maior franquia de MMA do planeta foi eletrizante – a favorita partiu para cima, mas quase foi finalizada num supreendente mata-leão encaixado por Liz. Depois de conseguir se desprender da oponente – e de parar para ajeitar o top preto decotado, que ameaçava mostrar mais do que a campeã queria -, Ronda controlou o combate, prendendo a desafiante sob seu corpo e desferindo uma série de socos de causar inveja em qualquer profissional de primeiro escalão do MMA. No fim do assalto, veio o golpe que todos esperavam – e que, mesmo com todo o treinamento de defesa de Liz Carmouche, acabou sendo inevitável.
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Ao conseguir pegar o braço da oponente, Ronda Rousey, medalhista olímpica no judô, precisou de poucos segundos para confirmar a finalização e fazer sua primeira defesa de título no UFC – por ser a campeã no extinto Strikeforce, ela já entrou no UFC com esse status, mesmo tendo revelado seu incômodo ao ganhar o prêmio sem ter lutado na franquia. Ao receber o cinturão logo depois da vitória, Ronda abriu um sorriso e enfim mostrou-se confortável com a posição de campeã incontestável da categoria peso-galo. Sucesso fenomenal de público – o evento na Califórnia teve cobertura de revistas e emissoras de TV que não costumam seguir o MMA, como Rolling Stone, Forbes e CNN -, Ronda comprovou que não é famosa só pela beleza – e certamente ganhou o respeito de muitos que torciam o nariz para a chegada das mulheres ao octógono. Para o UFC, sua chegada significa muito dinheiro e ainda mais fãs espalhados por todo o mundo. O presidente da franquia, Dana White, só tem um problema a resolver quando se trata de Ronda Rousey: será difícil achar alguém capaz de ameaçar o reinado da estrela.
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Vitória e vaias – Antes da luta histórica entre as mulheres, o Brasil ganhou mais uma chance de conquistar um título no UFC – agora, com Lyoto Machida, que derrotou o veterano americano Dan Henderson, em polêmica decisão dividida dos jurados, e garantiu um compromisso no calendário do supercampeão dos meio-pesados, Jon Jones. O presidente do UFC, Dana White, já havia dito que o vencedor do duelo, a segunda principal luta do evento deste sábado, teria uma chance de disputar o título. Como quase ninguém acredita que Chael Sonnen será capaz de tirar o cinturão de Jones, em luta marcada para abril, é muito provável que Lyoto tenha sua revanche contra o campeão, que já o derrotou no fim de 2011. O carateca de 34 anos, que já foi campeão dos meio-pesados, terá mais uma chance de recuperar o cinturão. A luta, no entanto, foi decepcionante – para quem esperava uma bela exibição de Lyoto e Hendo, lutadores de excelente currículo, o combate, muito estudado e cheio de cautela, foi fraco. A decisão foi vaiada pela torcida americana, que ficou desapontada com o duelo e achou que o atleta da casa foi melhor.
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O primeiro round foi morno, com muita cautela dos lutadores e quase nenhuma trocação de golpes. No fim do assalto, Lyoto levou Hendo para o chão, mas não teve tempo para ferir o oponente antes do fim do round. O segundo assalto teve mais ação de ambos os lados, mas Lyoto seguiu com a estratégia de controlar o ritmo da luta, mantendo o americano à distância e apostando em chutes rápidos e contra-ataques. No round decisivo, Dan Henderson derrubou o brasileiro, mas teve dificuldade para encaixar seus golpes. No fim, o brasileiro foi tão cauteloso na luta que transmitiu a impressão de ter sido superado por Hendo – pelo menos na avaliação do público presente no evento, que desaprovou a decisão favorável ao carateca. No número de golpes desferidos, porém, a superioridade de Lyoto foi confirmada (foram 68 contra 32). Antes do encontro entre Lyoto e Henderson, o card principal do UFC 157 teve a vitória de Robbie Lawler sobre Josh Koscheck (nocaute no primeiro round) e o triunfo de Court McGee sobre Josh Neer (decisão unânime dos jurados). Urijah Faber, o “California Kid”, derrotado por Aldo numa grande luta em 2010, finalizou Ivan Menjivar no primeiro round.
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A noitada de lutas, realizada na arena Honda Center, em Anaheim, nos arredores de Los Angeles, com ingressos esgotados e muita procura pelos pacotes de pay per view – tudo por causa da presença de Ronda Rousey -, começou com a derrota de um brasileiro. Yuri Villefort fez sua primeira luta no UFC contra Nah-Shon Burrell e foi derrotado por decisão unânime. Em seguida, Neil Magny derrotou Jon Manley (decisão unânime), Kenny Robertson superou Brock Jardine (finalização no primeiro round), Sam Stout passou por Caros Fodor (decisão dividida) e Dennis Bermudez venceu Matt Grice (decisão dividida, numa luta muito equilibrada e emocionante). Vencedor do reality show The Ultimate Fighter, Michael Chiesa finalizou Anton Kuivanen com um mata-leão no segundo round. O card preliminar foi fechado com a vitória de Brendan Schaub sobre Lavar Johnson (decisão unânime). A próxima noitada de lutas do UFC acontece no Japão e tem como destaque um brasileiro: Wanderlei Silva, ídolo no país nos tempos do extinto Pride, encara o americano Brian Stann no próximo fim de semana, em Saitama.