UFC 157: a militar lésbica contra a ‘queridinha da América’
Liz Carmouche é a desafiante de Ronda na primeira luta feminina da franquia
Apesar de ter sido lançada sob os holofotes repentinamente, a desafiante não se importou em ter detalhes de sua vida pessoal revelados – homossexual assumida, aceitou gravar vídeos promocionais para o UFC ao lado da parceira
Ronda Rousey é a grande estrela da noite no UFC 157, neste sábado, em Anaheim, na Califórnia, mas haverá pelo menos uma pessoa querendo estragar a festa na primeira luta entre mulheres da história do UFC. A bela Ronda tem uma enorme legião de fãs e entrou na franquia já como campeã. Do outro lado, porém, estará uma adversária pouco conhecida – mas muito complicada – para a “queridinha da América”. Liz Carmouche é a desafiante no combate principal da noitada de lutas, prevista para começar às 20h30 (no horário de Brasília), com transmissão apenas pelo canal pago Combate. Com uma trajetória pessoal tão notável quanto a de Ronda (que superou problemas de saúde, o suicídio do pai e o desemprego logo depois de ganhar uma medalha olímpica), Liz entra no duelo como zebra, mas pode estragar os planos do UFC, que pretende lucrar muito com a imagem da campeã.
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Ronda Rousey foi a estrela da véspera da luta. Todos os integrantes do card principal, incluindo Lyoto ‘The Dragon’ Machida e Dan Henderson, bateram o peso
Liz Carmouche, no entanto, não se preocupa com o favoritismo da rival – e nem com o que pensam dela. Nascida em Louisiana, de família com raízes libanesas e irlandesas, cresceu em Okinawa, no Japão, onde os EUA têm uma de suas mais antigas bases militares no exterior. Durona e destemida, se alistou no Exército e cumpriu três temporadas na Guerra do Iraque. Era eletricista de helicópteros, mas passou por situações de real perigo no auge do conflito. Na volta da guerra, decidiu começar a lutar MMA, e logo fez sucesso na modalidade. Depois de seis vitórias consecutivas no início da carreira, teve a chance de lutar pelo título, mas acabou sendo derrotada pela holandesa Marloes Coenen no terceiro round, depois de dominar os dois primeiros assaltos. Desde então, acumulou mais duas vitórias e uma derrota, para Sarah Kaufman – justamente a última vítima de Ronda Rousey no extinto Strikeforce, evento comprado pelos donos do UFC e cancelado no ano passado.
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Se Ronda virou uma estrela nos EUA, posando para capas de revistas e sendo transformada no rosto que representa o MMA feminino, Liz Carmouche era pouco conhecida até ser escolhida para encarar a campeã. Apesar de ter sido lançada sob os holofotes repentinamente, a desafiante não se importou em ter detalhes de sua vida pessoal revelados – homossexual assumida, aceitou gravar vídeos promocionais para o UFC ao lado da parceira, dizendo ter orgulho de sua opção e torcendo para ser vista como exemplo por outros atletas que pensam em sair do armário. Liz Carmouche também não esconde que uma vitória no UFC 157 provocaria uma reviravolta em sua vida, já que ela atualmente precisa dar aulas de MMA para jovens como parte de suas atividades profissionais – o dinheiro recebido nas bolsas das lutas e dos patrocinadores não é o suficiente para que ela se sustente. A desafiante se diz otimista em relação às chances de vitória contra Ronda, mesmo com o cartel perfeito da temível oponente. Medo, aliás, ela garante não sentir – como disse recentemente numa entrevista sobre o UFC 157, para quem foi três vezes para o Iraque, uma luta de MMA não assusta.