UFC 156: Aldo mantém o título em noite de show brasileiro
Campeão derrota Frankie Edgar por pontos na quarta vitória do país na noite. Aldo, que homenageou as vítimas de Santa Maria, não tem rivais na categoria
Antes de Aldo brilhar no octógono, Minotouro, Antonio Pezão e Demian Maia também venceram no Mandalay Bay, em Las Vegas
Na primeira superluta do UFC em 2013, deu Brasil – e numa noite brilhante dos atletas de MMA do país. O campeão dos penas, José Aldo, manteve seu título ao derrotar o americano Frankie Edgar, por pontos, na madrugada deste domingo, no UFC 156, em Las Vegas. O desafiante desceu de categoria (era campeão dos leves mas perdeu o cinturão para Ben Henderson) e prometia destronar o brasileiro, que reina absoluto em sua divisão. Aldo, porém, mostrou mais uma vez por que é um dos melhores lutadores peso-por-peso do planeta. Com muita técnica, velocidade, precisão e potência, o dono do título controlou o combate. O adversário era talentoso, mas não o bastante para ameaçar Aldo. Sem conseguir acertar o brasileiro na trocação, Edgar buscava levar o duelo para o chão, mas o favorito impedia qualquer tentativa nesse sentido – sua defesa de quedas estava afiadíssima. Ao neutralizar a principal arma do americano, o manauara dominou o octógono, fechando um card principal em que o Brasil venceu quatro combates.
O melhor momento do americano, muito incentivado pela torcida em Vegas, foi o terceiro round, quando ele acertou golpes perigosos no rosto do campeão. Nada que mudasse o desfecho do combate: os juízes foram unânimes na decisão favorável ao brasileiro, que já acumula catorze triunfos consecutivas em sua carreira no MMA. “Essa vitória é para todo o povo de Santa Maria”, disse Aldo depois da luta, homenageando as vítimas do trágico incêndio no Rio Grande do Sul, que completou exatamente uma semana no momento em que o campeão lutava nos EUA. “José é o vencedor”, admitiu Edgar, sem deixar qualquer dúvida em relação à decisão dos juízes. Depois de seis defesas de título bem sucedidas, o brasileiro começa a ficar sem desafios entre os penas – e, como costuma ter dificuldade para bater o peso, pode começar a ensaiar uma possível subida de categoria, para os leves, fazendo o caminho inverso de Frankie Edgar.
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Outras lutas – Ex-campeão dos meio-pesados, Rashad Evans foi citado por Dana White nos últimos dias como um possível desafiante de Anderson Silva. Para conseguir a chance de encarar o Spider, porém, o americano tinha que passar por outro brasileiro, Rogério Minotouro Nogueira. E o irmão gêmeo do ídolo Minotauro tirou Rashad do caminho de Anderson, vencendo sua segunda luta consecutiva e reforçando sua posição na franquia. O primeiro round foi de poucas emoções, com pequena vantagem para o americano. No segundo, os lutadores aumentaram a intensidade da trocação, deixando a luta mais franca. No terceiro, a luta chegou a ser interrompida quando Evans acertou o olho de Minotouro com o dedo. Nos minutos finais, o duelo ficou mais aberto, mas não houve nocaute ou finalização. A decisão ficou para os juízes, que apontaram o brasileiro como vencedor de forma unânime. Minotouro vibrou muito.
Na luta anterior, o brasileiro Antonio Pezão Silva tratou de impedir que Alistair Overeem voltasse por cima depois de uma longa suspensão por doping, conquistando uma belíssima vitória por nocaute e calando o holandês – que se dizia certo da vitória sobre o paraibano e até baixou a guarda no duelo. O primeiro round foi amarrado, com os lutadores evitando riscos e estudando o adversário. A luta esquentou no segundo assalto, quando Overeem levou o embate para o chão e passou a controlar o ritmo do confronto. Em desvantagem numa possível decisão por pontos, Pezão partiu para cima logo no início do terceiro e último assalto e, depois de encaixar dois socos certeiros no oponente, demoliu o holandês, desferindo uma série espetacular de golpes. Pezão agora se credencia para desafiar Cain Velasquez, atual campeão dos pesados.
A primeira luta envolvendo um brasileiro no card principal colocou frente a frente um especialista em finalizações, Demian Maia, e um atleta conhecido por sua notável capacidade em escapar delas, o americano Jon Fitch. Confirmando as expectativas, o encontro, na categoria peso meio-médio, foi exatamente assim: Demian passou a luta toda tentando imobilizar o oponente enquanto Fitch resistia e buscava escapar do jiu-jitsu do brasileiro. O americano manteve o retrospecto de não ser finalizado, mas o domínio de Demian nos três rounds foi tão claro que rendeu ao brasileiro uma vitória por decisão unânime dos juízes. É a terceira vitória consecutiva do brasileiro desde que ele desceu de categoria – e Demian agora figura entre os possíveis candidatos a uma disputa de título entre os meio-médios (o canadense Georges St-Pierre é o campeão).
O card principal da noitada de lutas – marcada para o fim de semana do Super Bowl, a grande final do futebol americano – no hotel Mandalay Bay começou com o duelo entre Joseph Benavidez e Ian McCall. Depois de três rounds muito equilibrados, Benavidez foi declarado vencedor por decisão dos juízes. No card preliminar, o brasileiro Gleison Tibau começou bem seu combate, mas acabou perdendo para o americano Evan Dunham, também por pontos. Antes, Tyron Woodley nocauteou Jay Hieron logo no primeiro minuto do primeiro round; Bobby Green derrotou Jacob Volkmann por finalização no terceiro round; Isaac Vallie-Flagg derrotou Yves Edwards por decisão dos juízes; Dustin Kimura derrotou Chico Camus por finalização no terceiro round; e Francisco Rivera nocauteou Edwin Figueroa no segundo round. Acompanhe VEJA Esporte no Facebook
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