UFC 154: St-Pierre tenta abafar expectativa sobre superluta
Canadense avisa que ainda nem pensou em Anderson: ‘Antes, vou tirar férias’
“Agora preciso me recompor, preciso de uma folga e preciso pensar em qual será o próximo rival”, avisou o canadense. “Mas vamos ver o que o patrão quer”, brincou, olhando para Dana White.
Georges St-Pierre apareceu para a entrevista coletiva pós-luta no UFC 154, em Montreal, na madrugada deste domingo, vestido de forma impecável, com um terno cinza, colete e gravata preta. Do pescoço para cima, porém, era difícil manter a elegância: com o rosto muito machucado, cheio de cortes, inchaços e hematomas, ele tinha de segurar um saco de gelo para tentar amenizar os efeitos de sua batalha contra Carlos Condit, vencida pelo canadense pela decisão unânime dos juízes. O campeão dos meio-médios mal tinha conseguido processar as emoções de seu retorno ao octógono depois de um longo afastamento quando começou a ser bombardeado por perguntas sobre uma provável superluta contra Anderson Silva no ano que vem. O canadense não quis discutir o assunto: avisou que ainda era cedo demais para pensar nisso, já que ainda estava no clima da luta contra Condit. “Vou tirar férias, descansar e só depois decidir o que fazer”, avisou ele, apoiado pelo presidente do UFC, Dana White.
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O chefão da franquia quer muito a realização da superluta, todos sabem. Em Montreal, porém, evitou pressionar demais um dos astros de sua trupe, dizendo que GSP tem razão em dizer que ainda é cedo para comentar o assunto. Anderson, que viu a luta de perto e aplaudiu St-Pierre, recebeu elogios do campeão. “Ele é inacreditável”, resumiu, destacando a precisão dos golpes do brasileiro e sua notável forma física. Questionado sobre qual seria o peso combinado do duelo, GSP disse não ter a mesma facilidade que o Spider para subir ou descer de categoria. “Não consigo variar tanto assim, meu corpo não é capaz de mudar tanto quanto o de Anderson.” A grande quantidade de vezes que o nome do brasileiro foi citado na entrevista levou St-Pierre a desabafar: “Fiquei meio irritado com tudo isso. Falar sobre Anderson antes mesmo da luta desta noite foi desrespeitoso comigo e com o oponente. Agora preciso me recompor, preciso de uma folga e preciso pensar em qual será o próximo rival”, avisou. “Mas vamos ver o que o patrão quer”, brincou, olhando para Dana White.
A confirmação oficial sobre a luta ainda está distante de acontecer, mas poucos acreditam que o combate não será concretizado – afinal, tanto Dana White como os dois lutadores já tinham sinalizado positivamente quando questionados sobre o assunto no passado. Anderson, inclusive, aproveitou a ida a Montreal para reiterar sua intenção de lutar contra GSP. Falando numa entrevista coletiva realizada antes do UFC 154, ele mostrou que abriria mão até mesmo do plano de voltar a lutar só no segundo semestre de 2013, revelado há alguns dias. “St-Pierre é meu principal plano. A decisão é do Dana White. Eu luto para o UFC. Pode ser em maio, mas preciso falar com meus treinadores”, disse, já fazendo referência ao mês cogitado pelo presidente da franquia para a luta. Há três alternativas de local para o combate: Estados Unidos, Canadá e Brasil, com possível preferência para o primeiro, por se tratar de um palco neutro. Seja onde for, a luta deve ser realizada num estádio, para quebrar o recorde de público do UFC.
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Outras lutas – Dominado por canadenses e americanos, o card do UFC 154 não tinha muitos brasileiros escalados para a noitada de lutas. Foram apenas dois atletas do país em ação. O primeiro participou do card preliminar. Em uma luta extremamente equilibrada na categoria peso-pena, o capixaba Rodrigo Damm – que contou com as instruções de Anderson Silva em seu córner – perdeu para Antonio “Pato” Carvalho – que, apesar do nome, é canadense e entrou para a luta com o favoritismo dos especialistas e o apoio da torcida local. O brasileiro foi derrotado por decisão dividida dos juízes e saiu do octógono lamentando o desfecho da luta, já que acreditava ter sido melhor que o atleta da casa no combate. Rafael dos Anjos, da categoria peso-leve, também participaria do card preliminar, mas o cancelamento de uma luta do card principal fez com que seu combate fosse promovido para a faixa nobre do programa deste sábado.
Ele dominou amplamente a luta contra o americano Mark Bocek – foi o melhor desde o início, castigou bastante o oponente e, apesar de ter sido acertado por um golpe baixo do canadense, conseguiu vencer o combate, por decisão unânime dos juízes. Nas outras lutas da noite, Johny Hendricks venceu Martin Kampmann (nocaute no primeiro round); Francis Carmont bateu Tom Lawlor (decisão dividida dos juízes); Pablo Garza derrotou Mark Hominick (decisão unânime dos juízes); Patrick Côté venceu Alessio Sakara (desclassificação no primeiro round) e Cyrille Diabate superou Chad Griggs (finalização no primeiro round). Antes, John Makdessi derrotou Sam Stout (decisão unânime dos juízes); Matt Riddle superou John Maguire (decisão unânime dos juízes); Ivan Menjivar bateu Azamat Gashimov (finalização no primeiro round) e Darren Elkins superou Steven Siler (decisão unânime dos juízes).
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