“Preciso evoluir no jiu-jitsu, por exemplo”, disse Jon Jones, em referência à modalidade que viabilizou o golpe do brasileiro Belfort, a quem disse “respeitar imensamente”
O campeão dos meio-pesados do UFC, Jon Jones, saiu do octógono na madrugada deste domingo com seu título mantido, sua sequência de vitórias ampliada, 65.000 dólares pelo prêmio de melhor finalização da noite e uma marca superior à de Anderson Silva – agora, ele contabiliza vitórias contra nada menos que cinco ex-campeões da franquia, todas em sequência (confira no quadro abaixo). Ainda assim, a vitória sobre o brasileiro Vitor Belfort, no UFC 152, em Toronto, deixou algumas marcas em seu corpo e em sua cabeça. Pego em uma chave de braço logo no início do combate, o americano machucou o cotovelo – ao deixar o ginásio Air Canada Centre, iria a um hospital para ser examinado, temendo até uma lesão mais grave, até nos ligamentos. Antes disso, o campeão apareceu na entrevista coletiva dos lutadores (assista no vídeo abaixo) com o braço direito apoiado numa tipoia – e contou que o encontro com Belfort no octógono foi uma espécie de aprendizado. De acordo com Jones, a luta foi muito mais difícil do que pareceu para os torcedores, e expôs algumas de suas deficiências. Foi um caso raro de autocrítica pública do lutador, que é considerado um dos mais talentosos – e também um dos mais marrentos – do UFC.
O presidente do UFC, Dana White, discordou. Tentando levantar a bola do lutador que melhor representa a franquia nos EUA, o dirigente afirmou que não viu nenhum risco para Jones na luta deste fim de semana – mesmo no momento em que Belfort agarrou o braço do campeão e parecia estar a segundos de uma improvável vitória. “Ele não mostrou fraqueza nenhuma. Ao voltar para o segundo round, ele fez parecer que o braço nem estava machucado. Acho que ele parecia, sim, imbatível nesta noite”, avaliou. Dana White, aliás, aproveitou o UFC 152 para fazer as pazes com Jones depois de uma troca de provocações decorrente do polêmico cancelamento do UFC 151 (o dirigente queria que ele enfrentasse Chael Sonnen; o atleta não quis). Ao ser questionado sobre as vaias que costumam perseguir o fenômeno – no Air Canada Centre, boa parte da luta aconteceu sob um coro de “Vitor, Vitor, Vitor” -, o dirigente deixou de lado as críticas e fez um afago ao lutador queridinho dos americanos: “Ele não é um mau garoto. Não sei o motivo de o vaiarem. É uma pessoa boa.” Talvez o motivo para tanto afeto seja explicado por alguns números. Dana White divulgou que a noitada de lutas deste fim de semana foi vista por 16.800 pessoas ao vivo na arena, com uma arrecadação total de 1,9 milhão de dólares, o equivalente a quase 4 milhões de reais.