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Rivalidade pode fazer Mineirão virar um mico de R$ 695 mi

Cruzeiro quer romper o contrato com consórcio depois de provocação na final

A direção cruzeirense classificou a execução do hino do rival de “ataque frontal”, “golpe vil” e “desrespeito à instituição que tem o Mineirão como sua casa”

Totalmente reformado para receber os jogos da Copa das Confederações de 2013 e do Mundial de 2014, o Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte, corre o risco de ficar subutilizado e se juntar aos outros candidatos a elefante branco do país. Depois de uma obra que custou 695 milhões de reais – com aumento de 63% no orçamento inicial -, a arena pode ficar sem nenhum inquilino fixo. Os problemas na gestão do estádio pelo consórcio Minas Arena foram duramente criticados pelo Atlético-MG, que já havia se recusado a assinar contrato de uso do estádio por considerar “imorais” os termos do acordo (o clube adotou o Estádio Independência, também na capital mineira, como sua casa). O outro grande clube do estado, o Cruzeiro, vinha sendo o grande cliente do consórcio, mas agora ameaça rescindir o acordo que determinava o mando de suas partidas no local – e, curiosamente, não só por causa dos atritos com o Minas Arena, mas também pela rivalidade acirrada com os atleticanos.

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Se antes defendia o acordo para usar o Mineirão, agora o Cruzeiro reclama do consórcio. E o que motivou essa mudança foi um episódio visto como provocação ao clube, no domingo, quando o Atlético, mesmo perdendo por 2 a 1 para o Cruzeiro, conquistou o título do Campeonato Mineiro. O hino do Atlético foi tocado pelo sistema de som do estádio “no exato momento em que a torcida do Cruzeiro demonstrava seu apoio à equipe” cantando o próprio hino, reclamou o presidente cruzeirense, Gilvan de Pinho Tavares. A direção cruzeirense classificou a execução do hino do rival de “ataque frontal”, “golpe vil” e “desrespeito à instituição que tem o Mineirão como sua casa”. Em notificação enviada ao presidente do Minas Arena, Ricardo Salles de Oliveira Barra, na terça, o clube afirma ainda que o consórcio cometeu uma “afronta desmedida, impensada e inoportuna” que poderia ter desencadeado violência por parte da torcida “que teve seu brado contido no seu próprio lar”.

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Em seu site oficial, o Cruzeiro acusa o Minas Arena de “diversas infrações” no contrato, como “falha na prestação de serviço ao torcedor, ausência de informação adequada, não concessão de vagas de estacionamento ao clube, falta de transparência, ausência de prestação de contas, inadimplência e atraso no pagamento de verbas estabelecidas, dentre tantas outras”. O presidente do Cruzeiro cogita a possibilidade de o time atuar no Mineirão apenas nas partidas de “grande porte” e optar por outras arenas para jogos com expectativa de público menor. O Mineirão foi reinaugurado em dezembro, após uma reforma que demorou mais de dois anos. E a primeira partida realizada no local, também entre Cruzeiro e Atlético-MG, no início de fevereiro, foi marcada por vários problemas. O consórcio também sofre ameaça de interdição da arena por causa de problemas no acesso a cadeirantes. A Justiça deu prazo de 30 dias para que as adaptações necessárias sejam concluídas.

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(Com Estadão Conteúdo)

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