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Novo bloco de largada pode baixar os tempos na natação

Em Londres, atletas terão pela primeira vez em Olimpíadas um apoio ajustável para os pés. Na cronometragem, o sistema seguirá o mesmo padrão de Pequim

“A largada representa quase 50% de uma prova de velocidade. Por isso, um aparato que permite uma saída melhor é fundamental para a melhoria das marcas”, diz o técnico Fernando Vanzella

Em visita técnica nesta quarta-feira, os oficiais da fabricante suíça de relógios Omega apresentaram os novos blocos de largada e o sistema de cronometragem oficial que serão utilizados nas provas de natação da Olimpíada de Londres (na galeria de fotos acima, os treinos de terça no Centro Aquático). O sistema é muito parecido com aquele utilizado há quatro anos, nos Jogos de Pequim. A grande diferença para os atletas neste ano está no apoio para os pés na parte anterior do bloco. Em 2008, os atletas largavam sem o auxílio de um suporte para o pé posicionado mais atrás. “Percebemos que os atletas se posicionavam no bloco de tal forma a formar um ângulo de 90 graus entre a perna o bloco. Para isso, era preciso flexionar uma das pernas e o pé anterior, que ficava sem apoio, no ar”, disse Peter Hurzeler, chefe da cronometragem em Londres. “O novo bloco dá uma vantagem para o atleta largar mais rápido, pois com a sustentação apropriada ele pode aplicar mais força no momento da saída do bloco.”

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O tempo de reação de um atleta com o novo bloco gira entre 0,52 e 0,62 segundo – sem o apoio, nenhum nadador conseguia fazer menos de 0,8 segundo na largada. Nada que se assemelhe à melhoria proporcionada pelos supermaiôs banidos em 2010, mas o suporte inclinado, que segue o mesmo princípio dos blocos de largada do atletismo, foi desenvolvido com especialistas em biomecânica da federação alemã de natação. “Esse suporte dá mais firmeza ao nadador e possibilita uma projeção muito maior. A largada representa quase 50% de uma prova de velocidade. Por isso, um aparato que permite uma saída melhor é fundamental para melhorar marcas”, disse a VEJA Fernando Vanzella, técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

Na parte da aferição dos tempos, o modelo segue o mesmo padrão da Olimpíada passada. Na parede da piscinas estão posicionadas placas sensíveis a pressão. Para parar o relógio, o nadador deve aplicar uma força de pelo menos 1,5 quilo – segundo o fabricante, durante as competições batem a mão com muito mais força que o limite mínimo. Se ainda assim o toque não for percebido pelo sistema, quatro câmeras de alta velocidade, que registram o momento da batida em até 100 frames por segundo, podem desvendar qual competidor chegou na frente.

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Aliás, foi esse sistema que confirmou a vitória do americano Michael Phelps na final dos 100 metros borboleta em Pequim. Na ocasião, o replay provou que Phelps bateu as mãos na parede antes do sérvio Milorad Cavic (vídeo acima). Para Londres, Hurzeler ainda revelou ter dado uma dica a Phelps para uma chegada ainda melhor. “A maioria dos nadadores toca na parede já de olho no placar eletrônico. Isso faz com que percam alguns milésimos de segundo vitais. Nas seletivas americanas para Londres, Phelps disse que foi a primeira vez que chegou ao final de uma prova sem olhar para o telão. Demorou, mas ele aprendeu.”

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