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No topo do Maracanã, tecnologia de um time internacional

Nova cobertura do estádio tem engenharia alemã, materiais suíços e franceses e trabalho de brasileiros e ucranianos – e será mais segura, leve e confortável

A empresa contratada pelo Consórcio Maracanã para instalar o topo conta com a tecnologia dos mesmos responsáveis pelas coberturas dos dois últimos palcos de finais de Copa do Mundo

Quando abrir as portas para seu primeiro evento-teste antes da Copa das Confederações, no sábado, o Maracanã será muito diferente do estádio que a torcida carioca se acostumou a frequentar durante seis décadas. E uma das transformações mais radicais e emblemáticas estará sobre as cabeças dos cerca de 28.000 convidados para a festa (o acesso será restrito aos operários e suas famílias). A nova cobertura do Maracanã é uma das partes mais complexas e avançadas de todo o projeto. Executada pela empresa brasileira Sepa, ela é resultado do trabalho de uma seleção internacional de profissionais. Com engenharia alemã, materiais franceses e suíços e instalação realizada por especialistas brasileiros e europeus, a cobertura deverá ser uma das grandes atrações do estádio remodelado para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. O engenheiro responsável pela construção, Nelson Fiedler, presidente da Sepa, coordenou o trabalho da equipe sob condições adversas. Por causa dos atrasos nas obras estruturais na arena, o prazo disponível para o trabalho no topo foi muito menor do que se previa. Quando chegou a hora de instalar a gigantesca cobertura, era verão no Rio, e o forte calor, junto com o tamanho e complexidade da empreitada, foram grandes desafios. O projeto foi concluído a tempo graças às próprias características da tecnologia escolhida para proteger o novo Maracanã. O tipo de cobertura selecionado para a obra é o que de mais avançado existe na engenharia de hoje. Mais leve, mais versátil e mais seguro, deve oferecer mais conforto ao público, tanto em relação à luminosidade dentro do estádio quando em relação à temperatura nas partidas disputadas no Rio. O processo de instalação é mostrado em um vídeo produzido pela Crane.tv, da Inglaterra.

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A empresa contratada pelo Consórcio Maracanã para instalar o topo conta com a tecnologia dos mesmos responsáveis pelas coberturas dos dois últimos palcos de finais de Copa do Mundo – o Estádio Olímpico de Berlim, em 2006, e o Soccer City de Johannesburgo, em 2010. Uma joint venture com a empresa alemã Hightex deu à equipe de Fiedler, um especialista em estruturas tensionadas, o know how do trabalho em grandes estádios. Além do Maracanã, o engenheiro trabalha também em outros dois estádios da Copa: o Beira-Rio, em Porto Alegre, e a Arena das Dunas, em Natal. A nova cobertura do Maracanã é formada por 120 membranas de um material composto por teflon e fibra de vidro. Com uma extensão total de 47.000 metros quadrados, ela cobrirá 95% das cadeiras instaladas no Maracanã. A versão antiga da cobertura era de concreto e tinha menos da metade do comprimento. Cobria só quatro entre cada dez lugares do estádio. Há algumas semanas, a equipe de Fiedler apareceu numa imagem que assustou a Fifa: em meio à instalação da cobertura, um forte temporal provocou acúmulo de água sobre as membranas. Os operários, entre eles especialistas alemães e ucranianos, foram filmados tirando a água do teto munidos de baldes. Foi um imprevisto, e não uma falha de projeto: a membrana ainda não estava tensionada, ou seja, a cobertura ainda não tinha assumido sua forma final. Com a conclusão dos trabalhos, ela não só será capaz de proteger o estádio da chuva como também aproveitar a água que cair sobre o Maracanã. Um sistema de drenagem com sucção a vácuo vai alimentar dois reservatórios subterrâneos. A água recolhida na cobertura será filtrada e usada nos banheiros.

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