No Palmeiras, técnico sente golpe e cartola assume culpa
Rodada ajudou, mas equipe não fez sua parte. Kleina, abatido, pede que os torcedores não partam para violência. Presidente afirma: ‘Não sei onde errei’
“Não me arrependo de nada. Quer dizer, só me arrependo por não ter feito um pouco mais. Há coisas que não dá para explicar”, disse o presidente Tirone
O Palmeiras não pode reclamar da sorte nesta 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time contou com boa ajuda de Botafogo e Cruzeiro, que derrotaram Portuguesa e Bahia, respectivamente, mas não cumpriu o seu papel na partida diante do campeão Fluminense, neste domingo, e agora vê o seu rebaixamento muito próximo de ser sacramentado. Com a derrota por 3 a 2 para o Flu (no vídeo abaixo, todos os gols), sofrida em Presidente Prudente (SP), a equipe paulista, uma das mais vitoriosas em toda a história do Brasileirão, ficou estacionada nos 33 pontos e seguiu sete atrás de Portuguesa e Bahia, primeiros clubes fora da zona de rebaixamento. Agora, porém, o time tem apenas três rodadas para tirar essa diferença.
Precisando de um verdadeiro milagre para escapar do rebaixamento, o Palmeiras tem a obrigação de vencer o Flamengo no próximo domingo, em Volta Redonda, e ainda terá de torcer contra Bahia e Portuguesa, que jogam em casa diante de Ponte Preta e Grêmio, respectivamente. Caso escape de cair no próximo domingo, o Palmeiras daria prosseguimento à missão quase impossível enfrentando o Atlético-GO, que já está rebaixado, em casa, às 17 horas, no dia 25. Se conseguir a proeza de chegar à última rodada com chances de se livrar do rebaixamento, o que parece muito pouco provável, o Palmeiras fará um dos clássicos mais importantes de sua história diante do Santos, no dia 2 de dezembro, na Vila Belmiro.
Tabela: Confira os resultados da rodada e a classificação do Brasileirão
A derrota no domingo parece ter sido muito sentida pelo técnico Gilson Kleina, que vinha mantendo bom ânimo nas últimas rodadas, apesar da situação delicada. Depois do jogo, o treinador desabafou: “Todo mundo está sentido, porque os jogadores querem dar uma resposta, eles têm vergonha na cara. O grupo está sofrendo muito, mais do que nunca”. Depois, Kleina alertou aos torcedores violentos que represálias não ajudarão o time na fuga contra a degola. “Não adianta nada trabalhar enquanto você está na mira de ameaças e violência. Isso prejudicaria mais ainda, porque o lado emocional influencia muito. Estamos tentando fazer nossa parte, e o torcedor não verá ninguém jogando a toalha. A dignidade sempre nos caberá”, afirmou. Já o presidente do clube, Arnaldo Tirone, parece estar perto de jogar a toalha.
O cartola reconhece que falhou na administração do time, mas não sabe detectar o que fez ou deixou de fazer para que o Palmeiras ficasse nessa situação. “Não sei onde errei, mas sempre tentei acertar. A responsabilidade é minha e temos ainda três jogos pela frente. Poderíamos ter feito 3 a 2, mas não conseguimos e perdemos para o campeão brasileiro. A questão é que o Fluminense jogou tranquilo, enquanto nós tínhamos um peso nas costas”, lembrou. Tirone está perto do fim de seu mandato e não decidiu se concorrerá à reeleição no pleito que será realizado no início de 2013. “Hoje, não tenho motivação alguma de me candidatar”, afirmou. Questionado sobre se trocaria o troféu da Copa do Brasil, o melhor momento de sua gestão, pela manutenção na série A, ele afirmou: “Não troco porque já ganhamos o título, não tem como. E não me arrependo de nada. Quer dizer, só me arrependo por não ter feito um pouco mais. Há coisas que não dá para explicar.”
(Com Estadão Conteúdo e agência Gazeta Press)