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Na Salvador de Brown, chovem caxirolas em evento-teste

Instrumento inventado por cantor para ser a ‘vuvuzela brasileira’ foi distribuído aos torcedores – e muitos o arremessaram ao gramado. Aldo Rebelo lamentou

“A caxirola também tem um sentido transcendental de cura, enfim, de paz com o mundo, de estar de fato em sintonia com a natureza e com todos os orixás”, disse Dilma ao ser apresentada ao instrumento

A estreia da “vuvuzela brasileira” foi tão desastrosa quanto a ideia de criar um novo instrumento musical para o torcedor às vésperas da Copa do Mundo de 2014. Na tarde de domingo, no clássico entre Bahia e Vitória, na Arena Fonte Nova, em Salvador, a caxirola, inventada pelo cantor Carlinhos Brown, não só foi reprovada pelo público como também serviu para a realização de um protesto perigoso – revoltados com o desempenho de seu time, os torcedores do Bahia arremessaram o objeto contra o campo, quase atingindo os jogadores. A chuva de caxirolas aconteceu justamente num evento-teste da Fifa para a Copa das Confederações, que começa em 15 de junho. Foi a primeira vez desde a inauguração dos novos estádios brasileiros (que, dentro do padrão Fifa, não contam com grades e alambrados para separar a torcida do gramado) que o campo é alvo de objetos lançados pelo público.

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Carlinhos Brown, Dilma e a caxirola: apresentação no Planalto
Carlinhos Brown, Dilma e a caxirola: apresentação no Planalto VEJA

Há alguns dias, a presidente Dilma Rousseff posou para fotos com o instrumento, muito elogiado por ela. Depois de balançar o chocalho diante das câmeras, a presidente se empolgou e fez uma análise curiosa da criação de Brown, que estava ao seu lado para a apresentação do instrumento. “Eu acredito que a caxirola faz parte não só do futebol, mas da imensa capacidade do nosso país de fazer um instrumento muito mais bonito que a vuvuzela”, disse Dilma. “E eu tenho certeza que principalmente as crianças deste país vão ter uma experiência muito fantástica com a caxirola. O Carlinhos não disse, mas ele me falou que a caxirola também tem um sentido transcendental de cura, enfim, de paz com o mundo, de estar de fato em sintonia com a natureza e com todos os orixás.”

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A notícia do protesto chegou ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que participa do 12º Fórum de Comandatuba, um dos principais encontros empresariais do Brasil, no resort Transamérica de Una, no litoral sul da Bahia. Ao ser informado sobre o ocorrido com as caxirolas, que recebeu as chancelas do ministério e da Fifa para ser produto oficial da Copa, ele ficou sem reação. Depois de passar alguns segundos calado e pensativo, Aldo Rebelo limitou-se a dizer: “Não é boa notícia”. Na sequência, o ministro tentou minimizar o fato. “Não é que necessariamente vai acontecer algo semelhante se o Brasil estiver perdendo uma partida na Copa.” Ao vender a ideia ao governo, Carlinhos Brown dizia que a leveza do objeto tornaria difícil seu uso para atos de vandalismo.

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(Com Estadão Conteúdo)

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