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Messi e Zidane lamentam escassez de camisas 10: ‘O futebol mudou’

Lendas do futebol se encontraram em evento produzido pela Adidas e relembraram grandes momentos, como os gols em finais de Copa e Champions

Um encontro de gênios da bola. Zinedine Zidane viajou até Miami, nos Estados Unidos, para entrevistar Lionel Messi, em evento promovido pela Adidas e exibido nos canais da marca alemã nesta quinta-feira, 9. O ex-craque francês e o ídolo argentino relembraram grandes momentos da carreira e lamentaram a escassez de clássicos “camisas 10” como eles.

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“É um prazer. Te admiro muitíssimo. Não tive o prazer de jogar com você, só enfrentar algumas vezes como jogador e depois com você de treinador, mas sempre com respeito e admiração por tudo o que você fez e segue fazendo”, afirmou Messi a Zizou.

O tema camisa 10 norteou o papo. “Para nós argentinos a 10 é muito especial, pois logo vem Maradona na cabeça. Todas as crianças queriam ser como ele, apesar de ninguém nunca ter conseguido, o desejo era fazer o que Maradona fazia”, afirmou Messi.

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“Todos queríamos ter a camisa 10, é a do líder, o jogador diferente. Hoje em dia talvez não é tão importante. Talvez pelo sistema, todos nos 4-3-3″… prosseguiu Zidane, que apontou o seu grande ídolo de infância.

“Minha referência era Enzo Francescoli, que jogava no Olympique de Marselha. Eu queria ser como ele, elegante, a forma como cuidava da bola. Nessa época havia poucos estrangeiros, e quando chegou um sul-americano, vi que era diferente. Eu dizia: ‘esse cara é um mago”, afirmou Zidane, que batizou um de seus filhos de Enzo em homenagem ao uruguaio.

“Eu gostava muito do [Pablo] Aimar, naquele River que tinha um grande time. Nessa época eu não acompanhava tanto o futebol europeu”, afirmou Messi, que lamentou a extinção dos meias clássicos. “O futebol mudou muito, o sistema, o 4-3-3, linhas de quatro ou cinco atrás. E o 10 clássico não entra nesse esquema, e difícil, e assim se perdeu um pouco a formação desse tipo de jogador, o ‘enganche’, como Riquelme, Aimar…”

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“De todas as formas, o que um 10 tem que ter é um pouco de magia. É o líder do time e tem que criar, tem que enxergar antes dos demais. Eu enxergava um segundo antes, você enxerga três antes”, brincou Zidane.  “É uma pressão grande [usar a 10], mas aquele que sabe jogar não sente tanto.

O carrasco do Brasil nas Copas de 1998 e 2006 contou uma história envolvendo a numeração em seus tempos de Real Madrid. “O 10 era o Figo, eu usava a 5, mas não me importava. Gostei do número. O [presidente] Florentino Pérez não gostava de números altos, com ele era de 1 a 11. O [Manuel] Sanchís, que era o 5, defensor, aposentou e ele me disse que gostaria que eu usasse a 5. Eu disse que sim. Ele dizia que 25, 30, era número de futebol americano.”

Messi, de 36 anos, disse que se lembra especialmente do período de Zidane no Real Madrid, época em que se mudou para a Catalunha, para jogar na base do Barcelona. “Me lembro dos ‘galácticos’, da Champions que ganharam, aquele timaço. Sempre foi diferente, elegante, arte, magia, tinha tudo. Já disse muitas vezes, não é porque estamos juntos agora, mas para mim é um dos maiores da história. Me lembro do gol contra o Leverkusen, os gols na final da Copa contra o Brasil, as famosas “roletas”….Claro que sofri um pouco, porque era torcedor do Barcelona, mas os grandes jogadores transcendem as camisetas.”

Zidane retribuiu os elogios dizendo que “Messi é um exemplo para todos, porque sua vida é futebol e família”, e lhe perguntou o que é mais especial, fazer um gol em final de Champions League ou Copa do Mundo (experiência que ambos viveram).  “Depende do momento. Sempre é especial, em ambas, mas obviamente na Copa é mais especial pelo que significa. Sim, fazer um gol na final da Copa é o máximo. Nós dois podemos dizer, não?”, brincou Messi.

Confira a íntegra da conversa entre Messi e Zidane abaixo:

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