Há 25 anos, Cruyff iniciava revolução no Barcelona e no futebol
Holandês comandou a equipe por oito anos e inspirou sucesso de Guardiola
Enquanto junta os cacos pela vexaminosa eliminação na Liga dos Campeões e tenta se reforçar para a próxima temporada, o Barcelona comemora uma data histórica neste sábado: há 25 anos, em 4 de maio de 1988, o clube apresentava o mito holandês Johann Cruyff como técnico e começava a escrever um novo capítulo em sua história, que tem ligação direta com o futebol apresentado nos últimos anos que elevou o clube à condição de modelo do futebol mundial. Cruyff vinha de três temporadas bem sucedidas à frente do Ajax, e repetia o caminho que fizera com a bola nos pés, quando encantou a Catalunha depois de brilhar pelo clube de seu país. Como técnico, foi ainda melhor em resultados: liderou o time no tetracampeonato espanhol, de 1991 a 1994, e ainda ganhou a então Copa dos Campeões, em 1992, e a extinta Recopa, em 1989 (como jogador, conseguira apenas um título espanhol e uma Copa do Rei). Mais do que os resultados, porém, implantou um estilo de jogo, ofensivo, baseado em toques rápidos e muita movimentação com e sem a bola. E deixou o legado à posteridade – não por acaso, um dos líderes do seu Barcelona era Pep Guardiola, o técnico que transformou o Barça no time dos sonhos dos últimos anos, e cuja saída, no meio de 2012, até agora é lamentada pela torcida.
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Como tudo que cerca a carreira de Cruyff, o homem que se recusou a disputar a Copa do Mundo de 1978 por não compactuar com a falta de democracia na Argentina, a passagem pelo Barça começou sob polêmica – ele não era o preferido do então presidente, Josep Lluiz Núñez, e foi praticamente imposto pelo conselho de diretores, mas conseguiu se garantir pelas vitórias e pelo belo futebol demonstrado. Mas nada no futebol é eterno: o encanto se quebrou com a derrota por 4 a 0 sofrida para o Milan, na final da Copa dos Campeões de 1994, e Cruyff não resistiu a duas temporadas sem título, sendo demitido em maio de 1996.
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Cruyff permaneceu ligado ao clube, com palpites na política interna e nas contratações de jogadores, e foi nomeado presidente de honra em 2010, mas foi “barrado” do cargo apenas quatro meses depois, por desentendimentos com o então novo presidente, Sandro Rosell, que até hoje comanda o clube. Por isso, a data não deve ser lembrada oficialmente no jogo deste domingo, quando o Barcelona recebe o Betis e pode ser campeão espanhol – desde que o Real Madrid não vença o Valladolid neste sábado. Quando Xavi e Iniesta trocarem passes, no entanto, a filosofia e trabalho de Cruyff estarão sendo homenageados.
(Com agência EFE)