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Felipão reconhece: ‘Não estamos prontos e sabemos disso’

Técnico voltou a culpar falta de entrosamento após outro jogo decepcionante. Ao avaliar jogadores, fez fartos elogios a Neymar – e foi frio sobre Ronaldinho

A projeção para junho, como já virou rotina nas entrevistas do técnico da seleção, continua sendo otimista: “Podem esperar uma equipe melhor treinada, melhor entrosada, com melhor padrão de jogo”

Luiz Felipe Scolari está contando os dias para a Copa das Confederações – não pela chance de medir forças com equipes como Espanha, Itália e Uruguai, mas sim para treinar a seleção brasileira. Depois do empate em 2 a 2 com o Chile, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, o técnico repetiu a mesma justificativa apresentada para explicar o desempenho decepcionante do time nas partidas anteriores. Para Felipão, enquanto a seleção não tiver tempo para se entrosar, não tem chance de mostrar um futebol convincente. “Não estamos prontos e sabemos disso. Todo mundo sabe disso”, reconheceu ele na entrevista coletiva concedida depois da partida. “Não adianta criar expectativas, mas também não adianta achar que um 2 a 2 com o Chile é o fim do mundo.” O técnico também deu razão à torcida mineira, que vaiou a seleção em vários momentos do jogo e terminou o amistoso aos gritos de “olé” – mas para os lances da equipe visitante. “Não jogamos bem mesmo. Portanto, é normal que a torcida tenha esse tipo de comportamento. Não tenho nada a criticar. No dia em que estivermos jogando bem, eles vão aplaudir.”

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Questionado sobre o distanciamento entre a equipe e o torcedor brasileiro em meio à contagem regressiva para um evento que servirá de ensaio para a Copa do Mundo, Felipão disse que a própria seleção precisa se encontrar antes de conquistar a confiança do público. “Nós também não estamos em sintonia em nossa própria equipe. Não temos nada a cobrar da torcida. Estamos devendo e entendemos perfeitamente a reação dela.” O treinador afirmou que o desafio desta quarta foi útil para suas observações, mas não quis dizer quem ganhou pontos com ele na partida. “No dia 14 vocês vão saber”, afirmou, citando a data da divulgação da lista de convocados para a Copa das Confederações.

Ao falar sobre os dois principais nomes da equipe que foi a campo nesta quarta, suas declarações não poderiam ter sido mais contrastantes. Sobre Neymar, sobraram elogios: “Todo e qualquer técnico que estivesse no meu lugar estaria satisfeito com ele. É excelente profissional, tem comportamento exemplar e está pronto para jogar. Ele é craque e saberá lidar com a situação”. Sobre Ronaldinho Gaúcho, capitão e camisa 10 do time durante o jogo no Mineirão, a avaliação se resumiu a uma palavra: “Razoável”.

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A projeção para junho, como já virou rotina nas entrevistas do técnico da seleção, continua sendo otimista. “Podem esperar uma equipe melhor treinada, melhor entrosada, com melhor padrão de jogo. Teremos dois amistosos e catorze dias de treinamento.” Felipão enxerga nesse período de concentração uma oportunidade rara de dar forma à equipe. “Hoje, por exemplo, não conseguimos trabalhar a bola no meio, não levantamos a cabeça para jogar. Eles criaram dificuldades para a armação da nossa equipe.” Se Felipão não conseguia esconder a insatisfação, do outro lado a sensação era de dever cumprido. O técnico Jorge Sampaoli se disse emocionado não só pelo resultado conquistado pelo Chile no Mineirão como também pelos aplausos da torcida brasileira – ele disse que respeita muito a opinião de um povo que é tão conhecedor do futebol. O treinador do Chile já tinha avisado que não havia viajado ao país para ser um mero “sparring” da seleção brasileira – e Sampaoli, conhecido por armar equipes ousadas e ofensivas, cumpriu a promessa. “Tivemos chances muito mais claras e numerosas. Acho que se alguém merecia a vitória, essa equipe foi o Chile.”

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