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Em Londres, fãs de Phelps testemunham outro fenômeno

A versão 2012 do americano decepcionou – mas o Centro Aquático de Londres tem sido palco de outro desempenho espantoso, agora da chinesa Ye, 16 anos

Ye Shiwen já foi campeã mundial – não é, portanto, uma surpresa. Mas seu desempenho no maior evento do esporte está fazendo a adolescente chinesa subir de patamar, arrumando uma possível vaga entre as grandes heroínas olímpicas

Os torcedores que compraram ingressos para as eliminatórias da natação olímpica nesta segunda-feira esperavam testemunhar mais uma façanha do maior nadador de todos os tempos. Só que eles não estavam no Cubo d’Água, em Pequim-2008 – e no Centro Aquático de Londres-2012, Michael Phelps parece ser apenas mais um bom nadador, com dias bons e outros ruins, em busca de uma vaga na final, na briga por uma possível medalha. Ao contrário da Olimpíada da China, em que o americano só caía na água se fosse para sair com uma medalha de ouro, Londres vem conhecendo um Phelps diferente. Nas provas classificatórias dos 200 metros borboleta, ele foi o terceiro colocado em sua bateria, o quinto na colocação geral. Não foi descartado de vez da briga pelo ouro, é claro. Mas, quem diria, corre por fora na semifinal, que acontece à noite (no horário local, tarde no Brasil), e na final, na terça-feira.

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Phelps, maior responsável pela enorme procura por ingressos da natação, foi muito aplaudido ao ter seu nome anunciado na eliminatória. Quando o resultado da bateria apareceu no placar, houve silêncio. Enquanto isso, o torcedor menos atento poderia perder de vista o Michael Phelps desta edição dos Jogos – não no número de medalhas conquistadas, mas pelo menos no gigantismo de seus feitos. Algumas baterias depois, na eliminatória dos 200 metros nado medley, a chinesa Ye Shiwen, 16 anos, passava à final com sobras. Disputou a sua eliminatória com a atual campeã olímpica, a australiana Stephanie Rice, e com uma estrela veterana da prova, Kirsty Coventry, do Zimbábue. Superou ambas com mais de um corpo de vantagem. Primeira colocada na classificação geral, com 1,6 segundo à frente da concorrente mais próxima, foi a única a ficar abaixo dos 2min10 nesta segunda (fez 2min08s90).

Ye Shiwen já é a campeã mundial da prova – não é, portanto, uma surpresa. Mas seu desempenho em Londres, no maior palco do esporte, está fazendo a adolescente chinesa subir de patamar, arrumando uma possível vaga entre as grandes heroínas olímpicas. Tudo depende do resultado da final de terça (ainda na segunda, ela disputa a semifinal). Depois de ganhar o ouro nos 400 metros medley – com direito a quebra do recorde mundial -, ela passou a ser o centro das atenções na natação, até por Ryan Lochte ter decepcionado no revezamento 4 x 100 nado livre, no domingo (foi mal em seu trecho e amargou uma prata com os EUA). Seu desempenho desencadeou uma polêmica quando uma apresentadora da rede BBC levantou, ainda que de forma sutil, uma suspeita de doping da jovem chinesa, que em Londres baixou sua melhor marca em espantosos 5 segundos – e nadou os 50 metros finais num tempo menor ao de Lochte.

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Ye Shiwen comemora o ouro nos 400 metros medley - com direito a recorde mundial
Ye Shiwen comemora o ouro nos 400 metros medley – com direito a recorde mundial VEJA
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