Com Anderson, Weidman brinca sobre coro de ‘vai morrer’
Americano fez piada sobre os gritos da torcida brasileira, mas contou que foi tratado como ídolo no Rio. Turnê termina com clima amistoso entre os rivais
“Pensei que teria de ficar encarando Anderson diariamente, mas a convivência com ele foi melhor do que eu esperava”, afirmou o americano
O UFC encerrou nesta segunda-feira, em São Paulo, sua turnê de sete dias por sete cidades (cinco americanas e duas brasileiras) para promover a revanche entre Anderson Silva e Chris Weidman, campeão dos médios, que acontece em 28 de dezembro, em Las Vegas. Tentando arriscar o português em alguns trechos da entrevista, Weidman contou ter desenvolvido um bom relacionamento com o Spider, mas disse, brincando, que tem pesadelos todas as noites com o já tradicional coro que recebe os adversários dos lutadores brasileiros no octógono. “Uh, vai morrer! É essa frase que mais me assusta”, disse o americano, sorrindo. Apesar da piada, Weidman se disse surpreso pela boa recepção no Rio de Janeiro. “Fui comer um sanduíche na praia da Copacabana, mas quando notei já estava tocando um instrumento em uma roda com outras pessoas, tirando fotos, recebendo abraços. Não sou tão reconhecido assim nem em Nova York!”, garantiu.
Com respostas bem humoradas e muita desenvoltura para falar sobre a luta, Chris Weidman agradou ao chefão Dana White na semana promocional. E em São Paulo não foi diferente. Além de brincar com as provocações dos brasileiros, ele disse que reagiu de forma raivosa ao conseguir nocautear Anderson Silva – foi flagrado pelas câmeras soltando um palavrão -, mas contou que logo em seguida percebeu que tinha realizado seu grande sonho. “Ele sempre foi o cara contra quem eu quis lutar, desde que comecei a treinar MMA, há quatro anos. Espero que o UFC continue me dando chances para lutar contra adversários que são considerados invencíveis. Quanto ao Anderson Silva, ele é um cara normal”, disse o americano, sem conseguir segurar os risos. “Eu pensei que teria de ficar encarando o Anderson diariamente, mas a convivência com ele foi melhor do que eu esperava. Não seremos melhores amigos, claro, mas há muito respeito entre nós.”
Do outro lado da mesa, Anderson Silva apenas sorria, mas preferiu não falar sobre o assunto. Em outras cidades do tour, o brasileiro foi visto várias vezes brincando e conversando com Chris Weidman, que retribuía fazendo piadas para descontrair. O pôster para promover a revanche traz o slogan “Para Não Deixar Dúvidas”. Questionado sobre se ainda tem alguma dúvida para o próximo confronto, Chris Weidman adotou um discurso que parece ter saído de um livro de autoajuda. “Todos têm dúvida sobre alguma coisa, depende apenas como lidamos com isso. As dúvidas fazem bem, é questão de saber administrá-las.” Mediando a conversa, Dana White respondeu sobre uma possível preferência do UFC por um ou outro resultado no tira-teima de dezembro. “Sempre perguntam quem seria o melhor campeão para o UFC, mas não existe nada disso. O melhor é aquele que conseguir vencer seus confrontos”, disse o chefão, para depois exaltar os dois astros do UFC 168. “Um já quebrou vários recordes e continua fazendo coisas que ninguém consegue. O outro surgiu do nada e impressionou todo mundo”, disse, garantindo que o cinturão dos médios estará em boas mãos de qualquer jeito.
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Dana White falou por muito tempo que o MMA feminino jamais conseguiria crescer, pois não tinha como concorrer com o masculino. Mas o presidente do UFC mudou de opinião depois de conhecer uma americana que está invicta com sete vitórias e é campeã da categoria peso-galo do UFC – e estará em ação na mesma noite que Anderson e Weidman, lutando contra Miesha Tate. “Não era fã das mulheres lutando até conhecer a Ronda Rousey. Precisei encontrar com ela para perceber que houve uma mudança no MMA masculino e feminino. Agora, vejo que as mulheres estão fazendo ótimas lutas, com talento de sobra”. No fim da conversa, ele foi questionado sobre a possibilidade de dois lutadores estrangeiros conhecidos mundialmente se enfrentarem no Brasil (as principais lutas em território brasileiro tem sido realizadas com atletas do próprio país, como Anderson Silva, José Aldo e Vitor Belfort). “Estamos trabalhando nisso, é algo que deve acontecer nos próximos eventos. E também percebemos que os fãs brasileiros não gostam de dois brasileiros se enfrentando. Eles querem assistir um brasileiro dominando um lutador de outro país.”