Cigano: ‘Meu corpo entrou na luta. Minha cabeça, não’
Ex-campeão dos pesados, brasileiro diz que perdeu o foco no combate contra Cain Velasquez. Triste com comentários, fala que jamais entregaria uma luta
O brasileiro Júnior Cigano perdeu o cinturão dos pesados na madrugada de domingo, no UFC 155, ao ser derrotado pelo americano Cain Velasquez. Depois de cinco rounds sendo castigado, Cigano contou que não conseguiu seguir sua estratégia e admitiu a superioridade de Velasquez. Em conversa por telefone, no intervalo do seu almoço em San Diego, nos Estados Unidos, o ex-campeão disse que aceitou a derrota e já planeja uma revanche. “Estou muito ansioso para enfrentar Cain Velasquez mais uma vez. Agora, sim, será uma revanche para mim.”
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Júnior Cigano se indignou com as ilações de que a luta foi combinada, com a intenção de promover um terceiro encontro com Velasquez. “Isso não existe no UFC. Nunca entregaria uma luta, minha índole é ser o melhor como ser humano. Sempre vou trabalhar duro para merecer as coisas.” Cigano voltará ao Brasil dia 14, mas não confirmou se estará em São Paulo para o UFC do dia 19 de janeiro. Seu próximo adversário ainda não foi definido, mas ele adianta que não aceitaria uma luta contra seu mestre Rodrigo Minotauro, que enfrenta, ainda sem data definida, Fabrício Werdum na final da segunda edição brasileira do reality show The Ultimate Fighter. Qual a sensação ao sair derrotado do octógono? Muito triste, um sentimento complicado de explicar. Fiquei um pouco sem ar, realmente me senti muito mal. Não consegui mostrar tudo que treinei, estava bem preparado. Por algum motivo não lutei, só segui o jogo do Cain Velasquez e me defendi. Saí do octógono muito frustrado, imaginando como seria minha vida depois da derrota. Existe alguma explicação para o “branco” na hora da luta? Não sei explicar. Estava 100% fisicamente, mas mentalmente perdi o foco, não consegui pensar. Meu corpo entrou na luta, mas minha cabeça, não. Pensei em vários problemas da minha vida em um momento que não podia. Isso me fez falhar na estratégia. Você reviu a luta? Analisou sua atuação? Já vi várias vezes (risos). Fiquei muito triste porque não lutei. O Velasquez tem mérito, manteve a pressão e não me deixou pensar. Levei a primeira queda, mas defendi as outras no primeiro round. Minha reação é atacar, mas nessa luta andei muito para trás e só me defendi. Serviu de aprendizagem, porque mal posso esperar para enfrentá-lo mais uma vez. Se o Rodrigo Minotauro vencer o Fabrício Werdum, ele pode ser seu próximo desafiante? Não lutaríamos nunca. Ele é um mestre, desde o início da minha carreira ele me ajudou. Essa luta é impossível de acontecer, o Dana White sabe disso. Muitos torcedores têm falado em armação de resultado… Isso não existe no UFC. Nunca entregaria uma luta. Nesse momento, o Velasquez foi merecedor da vitória. São comentários maldosos, sem fundamento. Não só pelo UFC, mas também por mim. Toda vez que entro no octógono é para tentar o meu melhor. Dessa vez a mente estava longe e o resultado foi ruim. Leia também:
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‘Eu apanhei de Júnior Cigano. Mas quero minha revanche’