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Celular, o campeão da distração ao volante

Uso de aparelhos móveis já é a quarta maior causa de acidentes em SP

Em sua maioria, as novas tecnologias para aumentar a segurança dos carros atuam para prevenir e mitigar a distração dos motoristas ao volante, a exemplo de avisos de colisão, sistemas autônomos de frenagem e correção da direção e velocidade. E uma das principais distrações causadoras de acidentes é o uso de celulares e smartphones que, segundo a Organização Mundial de Saúde, aumentam em 400% o risco de acidentes. Por sua vez, montadoras e desenvolvedores de aplicativos, estão investindo em equipamentos e programas que inibem esse risco, a exemplo dos suportes Mylink da GM e o SYNC da Ford, que possui bluetooth para integração, permite o ativamento por voz dos smartphones e faz a leitura de mensagens de texto. Tudo para não fazer o motorista tirar os olhos da via e as mãos do volante.

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Apenas no estado de São Paulo, com a maior frota do país, o uso de aparelhos móveis ao volante já é a quarta maior causa de acidentes, apontam dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), em 2012. Segundo a Associação, um motorista leva até quatro segundos para pegar o telefone, mais cinco para discar o número, o que a 50 quilômetros por hora equivale a 125 metros sem olhar para o caminho. Uma pesquisa de 2011 da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia corrobora com essa realidade, mostrando que 23% dos motoristas que afirmaram ter enfrentado alguma situação de risco tiveram a atenção desviada por estar falando ao celular ou tentando atender uma ligação. Um estudo do Transport Research Laboratory, órgão do governo britânico, comparou em um simulador o comportamento de condutores enviando mensagens de texto quando estão focados apenas na estrada. Ficou comprovado que o tempo de resposta aumenta em 37% sem a distração e o motorista, claro, tem maior controle do volante, da velocidade e da distância do veículo à frente. Ao textar, no entanto, o risco se equipara ao de estar intoxicado.

No Brasil, o uso do celular ao volante se reflete nas multas de trânsito, revela o Denatran, sendo a infração do artigo 252 do Contran a segunda mais documentada, atrás apenas do desrespeito ao limite de velocidade. Por dia, na cidade de São Paulo, cerca de 1.600 carros são multados por esse motivo. Entre 2010 e 2011 houve um aumento de 30% nesse tipo multas. Porém, um estudo da Universidade de Brasília calcula que, a cada 10.000 motoristas que falam ao celular, somente um é flagrado pelos fiscais. Isso se deve muitas vezes ao uso de viva-voz, fones e carros equipados com integração bluetooth. Estudos da NHTSA mostram que cognitivamente a distração com o uso desse tipo de tecnologia é semelhante ao de conversar com um passageiro, mas no Brasil também é proibido pela lei que não faz distinção clara de seu uso. Caso o motorista seja flagrado falando ao telefone, mesmo com as duas mãos no volante, será obrigado a pagar a multa de 85,13 reais e levar quatro pontos na carteira.

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