Belfort perde a luta – mas ganha vaga na fila até Anderson
Elogiado por desempenho contra Jon Jones, veterano deverá voltar aos médios e retornar à lista de atletas que sonham em destronar o principal lutador do UFC
Belfort voltou a ser cotado para encarar Anderson, mas pode esbarrar em um problema: o tempo de espera para a luta
O MMA tem uma lógica muito própria, bem diferente de outras modalidades esportivas. Em muitos casos, um atleta ganha um combate, mas sai do octógono em baixa – como aconteceu com Anderson Silva em sua polêmica luta contra Demian Maia. Em outras ocasiões, porém, um lutador é derrotado, mas deixa o evento em situação muito melhor do que estava quando aceitou o combate. Esse é o saldo da participação de Vitor Belfort no UFC 152, em Toronto. Considerado um azarão no duelo contra Jon Jones, campeão dos meio pesados, o veterano lutador brasileiro ficou perto de finalizar o favorito logo no primeiro assalto. No resto da luta, não conseguiu segurar Jones, mas levou o combate para o quarto assalto, algo que muitos lutadores mais bem cotados não conseguiram ao encarar o principal atleta do UFC nos EUA. De acordo com o próprio presidente da franquia, Dana White, Vitor Belfort ganhou pontos ao aceitar pegar Jones e, mais importante ainda, ao fazer uma luta razoável contra o jovem astro. Por isso, deverá ganhar boas oportunidades em seu futuro no UFC. “Vitor queria muito essa luta, implorou por ela. É um sujeito por quem eu tenho muito respeito”, elogiou Dana White na entrevista coletiva concedida logo depois do UFC 152, na madrugada de domingo (assista no vídeo abaixo). “Ele saiu desta noite ainda maior. Agora vamos ver o que ele quer fazer.”
O presidente do UFC costuma ser muito grato a quem se apresenta para ajudá-lo num momento de aperto – e foi justamente isso que aconteceu quando Belfort resolveu o problema da falta de adversários para Jon Jones depois da contusão de Dan Henderson. Depois de subir temporariamente para os meio-pesados, o brasileiro agora retorna para a categoria onde vem lutando há anos, a dos médios, para atletas de até 84 quilos. E a participação no UFC 152 pode ter sido decisiva para Belfort se aproximar de seu grande objetivo: uma nova chance de disputar o cinturão contra Anderson Silva. A hipótese de uma revanche depois da famosa derrota com um chute no rosto, no início do ano passado 2011, nunca chegou a ganhar corpo. Nos últimos meses, porém, diante da falta de candidatos claros a destronar Anderson, essa voltou a ser uma possibilidade. Belfort voltou a entrar na fila para encarar o principal lutador do UFC, mas pode esbarrar em um problema: o tempo de espera para a luta. Aos 35 anos, Belfort pode ter de aguardar um longo período pela chance de devolver a derrota do ano passado. No mês que vem, Anderson pega Stephen Bonnar no UFC Rio 3, num combate que não vale o título. Depois, o Spider pode encarar Georges St-Pierre em mais uma luta de exibição, em que não colocará o cinturão em disputa. Só depois viria a próxima defesa de título de Anderson – e, no momento, o britânico Michael Bisping e o americano Chris Weidman parecem ser os favoritos a desafiar o domínio do brasileiro na categoria.