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Após dossiê, Blatter quer Havelange longe da Fifa

Presidente de honra da Fifa, o brasileiro João Havelange viu seu nome mais uma vez envolvido em controvérsia nesta semana, com a divulgação de um dossiê que revelou o recebimento de propinas por parte do dirigente e seu o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Para o atual mandatário da entidade que gere o futebol, Joseph […]

Presidente de honra da Fifa, o brasileiro João Havelange viu seu nome mais uma vez envolvido em controvérsia nesta semana, com a divulgação de um dossiê que revelou o recebimento de propinas por parte do dirigente e seu o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Para o atual mandatário da entidade que gere o futebol, Joseph Blatter, Havelange não pode continuar com o cargo que detém por conta do escândalo.

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“Ele (Havelange) tem que ir. Não pode permanecer presidente honorário após esses incidentes’, afirmou Blatter, em entrevista para o jornal Blick. Apesar do desejo do suíço, a decisão de tirar o ex-mandatário do cargo não cabe a ele. ‘Vou pedir à comissão que este ponto seja tratado no próximo Congresso”, acrescentou.

Na quarta-feira, o documento divulgado pela Fifa revelava que Havelange e Teixeira receberam subornos da ISL, empresa falida de marketing esportivo, que receberia vantagens no processo de direitos de transmissão para a Copa do Mundo durante a década de 90.

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Principal parceira da Fifa durante aquela década, a ISL pagou cerca de 100 milhões de francos suíços para dirigentes quando foi à falência, com o objetivo de conseguir benefícios em negociações envolvendo direitos de televisão.

De acordo com o dossiê, o ex-presidente da CBF recebeu o que hoje equivale a R$ 26,5 milhões, devido à ligação com a empresa Sanud. Havelange, por sua vez, embolsou R$ 3,1 milhões. A Renford Investments Ltd, ligada aos dois cartolas, ganhou R$ 10 milhões.

Em meio à polêmica, Blatter avisou que tinha conhecimento das comissões recebidas com o colapso da ISL, em 2001, mas naquela época não sabia que era crime, uma vez que, segundo ele, ‘pagamentos daquele tipo podiam até mesmo ser deduzidos do imposto de renda, como despesas profissionais&rsquo

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Agora, porém, o presidente não escondeu a decepção com seu antecessor no cargo da Fifa, de quem foi secretário-geral. ‘O Havelange sempre foi um grande dirigente. Ele é multimilionário. Ver que ele recebeu suborno, era inconcebível para mim. Ele não precisava’, disse.

Sofrendo com constantes acusações de corrupção, Ricardo Teixeira renunciou da presidência da CBF, cargo que ocupou entre 1989 e 2012, alegando problemas de saúde. Havelange adotou a mesma medida para deixar o cargo que detinha no Comitê Olímpico Internacional. Na Fifa, entidade que presidiu entre 1974 e 1998, quando foi substituído por Blatter, o dirigente de 96 anos ainda possui o cargo honorário.

(Com agência GazetaPress)

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