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Último técnico campeão continental pelo Boca tem Fluminense entalado

Pupilo de Bianchi, Carlos Ischia dirigia o clube na eliminação da Libertadores em 2008 e faturou a Recopa Sul-Americana do mesmo ano

RIO DE JANEIRO – Carlos Ischia e Boca Juniors estão intimamente ligados na história. Auxilar de Carlos Bianchi nas conquistas das Libertadores de 2000 e 2001, coube a Ischia também conduzir os xeneizes ao título da Recopa Sul-Americana de 2008, diante do Arsenal de Sarandí, essa como treinador principal. A conquista foi a última continental do finalista da Libertadores.

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Ischia, porém, jamais esqueceu o Fluminense e o dia 4 de junho de 2008. Os rivais voltam a se enfrentar neste sábado, 4, às 17h (de Brasília), no Maracanã, pela finalíssima da Libertadores.

“Chegamos à semifinal [de 2008] e o Fluminense nos eliminou injustamente, fomos melhores nos dois jogos. Foi [uma derrota] totalmente injusta. Se existisse o VAR não perderíamos no Brasil”, disse à PLACAR, que explica o suposto erro decisivo.

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Riquelme em duelo com o volante Arouca - Marcelo Sayão/EFE
Riquelme em duelo com o volante Arouca – Marcelo Sayão/EFE

“Antes do lance do [gol de] empate (marcado pelo Wasghinton), eles agarram a camisa do nosso zagueiro, que tira limpo e sai jogando.  O árbitro nada marca. Quando o pressionam, ele marca a falta para eles e chegam ao empate por 1 a 1”.

Na edição de 15 anos atrás, Boca e Fluminense empataram por 2 a 2 a primeira partida, realizada na Bombonera. Os argentinos abriram vantagem por duas vezes, ambas com Riquelme, mas cederam o empate com gols de Thiago Silva e Thiago Neves.

No decisivo confronto no Maracanã, novamente saiu na frente, desta vez com gol de Martín Palermo, aos 12 minutos do segundo tempo, mas tomou a virada com gols de Washington, Conca e Dodô.

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Martín Palermo, com as mãos na cintura, só observa a festa tricolor - Antonio Lacerda/EFE
Martín Palermo, com as mãos na cintura, só observa a festa tricolor – Antonio Lacerda/EFE

Curiosamente, o Flu também reclamou da arbitragem na final da competição daquele ano, perdida para a LDU. Apesar da derrota entalada para os brasileiros, o ano de 2008 não foi inteiro de se jogar fora para o Boca.

Sob o comando de Ischia, o time faturou o Campeonato Argentino e a Recopa. A competição continental veio com uma vitória por 3 a 1 na partida de ida, seguida por um empate por 2 a 2 no decisivo confronto.

“Vencemos como visitante por 3 a 1 e empatamos em casa por 2 a 2 contra um Arsenal que tinha o [Gustavo] Alfaro como técnico e jogou muito bem, mas fomos muito superiores”, lembra.

Jogadores do Boca saúdam a torcida presente ao Maracanã - Antonio Lacerda/EFE
Jogadores do Boca saúdam a torcida presente ao Maracanã – Antonio Lacerda/EFE

Desde a passagem do antigo treinador, o Boca só bateu na trave. Sucumbiu nas finais de 2012, para o Corinthians, e de 2018, para o River Plate, e não conquistou mais títulos internacionais.

O pupilo

Carlos Luis Ischia foi considerado como o principal pupilo de Carlos Bianchi, El Virrey (O Vice-rei, em tradução livre do espanhol). Além das conquistas no Boca, também esteve ao lado de Bianchi no título com o Vélez Sarsfield, em 1994, diante do São Paulo.

A relação com o lendário treinador foi construída nos tempos de jogador, quando atuaram juntos no Vélez no fim da década de 1980, sendo estendida para à beira dos gramados. Ele lembra da intervenção cirúrgica do mestre que fez Riquelme deslanchar na carreira.

“Sempre nos demos muito bem com Riquelme. Ele estava conosco desde 1998, quando chegamos ao Boca, e enxergamos uma posição mais adaptável ao seu jogo, tirando-o do meio-campo pela esquerda e colocando-o como um enganche, atrás de Schelotto e Palermo. Nessa posição, substituiu Latorre e virou o que sabem”, lembra.

Na Libertadores de 2000 e na semifinal de 2001, teve um papel fundamental. Em 2000, se infiltrou entre fotógrafos atrás do gol onde eram cobradas as penalidades para cantar a cobrança de cada batedor palmeirense para o goleiro colombiano Oscar Córdoba.

No ano seguinte, foi responsável por dirigir o time em mais um confronto com o Palmeiras, devido à suspensão de Carlos Bianchi. A partida terminou empatada em 2 a 2, em atuação memorável de Riquelme e mais uma vitória do Boca nos pênaltis.

Curiosamente, ele já pôs o futebol em xeque por algumas vezes. Ainda jovem, quando trabalhava em um frigorífico, iniciou o curso de matemática na faculdade. Abandonou para tentar a carreira nos gramados – condicionado a uma promessa para a mãe que, se em até dois anos não conseguisse, voltaria à carreira acadêmica sonhada por ela.

Mais recentemente, depois de uma rápida passagem pelo Delfín, do Equador, ficou três anos sem trabalhar. Só retornou recentemente, no Deportivo Cuenca, do mesmo país.

Como treinador, iniciou a carreira solo em 2003, no Vélez, e tem passagens por Gimnasia, Rosario Central, Racing, além de outras equipes do Equador, Colômbia, Bolívia e México.

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