Corinthians x Boca tem ato nazista, racismo e pedra no ônibus
Clássico entre times de Brasil e Argentina teve novos episódios condenáveis extracampo, reforçando clima de tensão
Pela terceira vez nesta Libertadores, atos extracampo condenáveis marcaram o encontro entre Corinthians e Boca Juniors, que terminou com empate por 0 a 0 na última terça-feira, 28, na Neo Química Arena, em São Paulo. Ainda a caminho do estádio, o ônibus que levava a delegação argentina foi apedrejado, e um integrante da comissão ficou levemente ferido. Já com o jogo acontecendo, dois torcedores do Boca foram presos por injúria racial por imitar um macaco, e outro ficou detido após saudação nazista. Liberado inicialmente, o torcedor que fez alusão ao movimento supremacista alemão voltou à prisão por apologia ao nazismo, crime inafiançável, segundo o jornalista Tomás Rosolino.
Assine #PLACAR digital no app por apenas R$ 6,90/mês. Não perca!
O jogo anterior em Itaquera, pela fase de grupos, já havia contado com uma prisão por injúria racial (artigo 140, parágrafo 3º), enquanto a partida na Bombonera também foi marcada por atos racistas da torcida argentina. Desta vez, mais episódios tomaram as manchetes.
Torcedor do Boca Juniors foi retirado da Neo Química Arena após fazer gesto nazista em direção a torcedores do Corinthians.
Esse é o 11° caso de racismo apurado nessa edição de Libertadores.
É o ano com mais denúncias desde que o @ObRacialFutebol começou sua atuação. pic.twitter.com/MgasAwkNHp
— PELEJA (@PELEJA) June 29, 2022
Outras três pessoas foram levadas à delegacia do estádio, mas, por falta de provas, não foram detidas. Relatos de torcedores afirmam que torcedores imitavam macacos e corriam rapidamente para a aglomeração na torcida visitante.
Os dois jogos entre as equipes, na fase de grupos, foram palcos de atos racistas – e impunidade. Na primeira partida, dia 26 de abril, em São Paulo, um argentino foi enquadrado no crime de injúria racial, mas solto em poucas horas. O homem ainda zombou do acontecido e voltou a fazer publicação de teor racista voltando para seu país. O segundo jogo, em 17 de maio, não foi diferente. Um torcedor do Boca Juniors foi flagrado imitando um macaco em direção à torcida do Corinthians.
O novo código disciplinar da Conmebol determina que uma multa de 100 mil dólares (523 mil reais) seja aplicada em casos de racismo. Além disso, há a possibilidade de que esses clubes sejam proibidos de jogar um ou mais jogos com a torcida no estádio. Entretanto, a entidade optou por aplicar apenas a punição financeira e a obrigatoriedade de divulgar a mensagem “Basta de racismo” ao Boca. A reincidência dos torcedores mostra que não foi suficiente.
Antes da nova versão do código disciplinar, o Boca Juniors foi punido em 30 mil dólares (cerca de 156 mil reais) pelo ato da primeira partida. No mesmo evento, o Corinthians recebeu punição de 63 mil dólares (329 mil reais) por atraso e sinalizadores.
Os casos criam uma tensão ainda maior para a partida de volta, a ser disputada no dia 2 de julho, em La Bombonera. O estádio que cria clima de “caldeirão” já foi palco de muitos casos de mau comportamento da torcida, como objetos atirados no gramado e ataque de gás a jogadores do River Plate, o que resultou na eliminação do Boca da Libertadores de 2015. Dentro de campo, o duelo decidirá o classificado para as quartas de final.
Assine o Amazon Prime e garanta 30 dias grátis de acesso ao Prime Video e outras vantagens