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Como Diniz motivou o finalista Fluminense com o 4 de novembro

Psicólogo de formação, técnico usou a data como uma espécie de mantra no Fluminense e agora desfruta da felicidade que não teve como jogador

RIO DE JANEIRO – A final da Libertadores acontece neste sábado, 4, às 17h (de Brasília), no Maracanã, mas já chegou há muito mais tempo para o técnico Fernando Diniz e os jogadores do Fluminense. Diariamente, durante os treinamentos, o treinador mentalizou como uma espécie de mantra motivacional a sonhada data.

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“Que dia é hoje?”, questionava nas atividades. “4 de novembro”, respondiam os jogadores.

Durante a última entrevista antes da decisão, Diniz citou por vários momentos que a conquista ou não da competição não terá influência para a sequência de sua carreira e, principalmente, para o que considera a maior conquista: relações pessoais. Mas Libertadores é, sim, uma obsessão para ele.

“Quando cheguei, quem imaginaria que estaria aqui? Sou focado no meu trabalho. A nossa vida não está a mercê do que vai acontecer no jogo de amanhã. Estamos preparados, trabalhamos todos os dias. O dia 4 está em nós desde o ano passado. Espero que de fato os jogadores estejam todos muito unidos para fazer uma grande partida amanhã”,  disse.

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Antes de vencer o Internacional fora de casa por 2 a 1, assegurando a equipe carioca na decisão da competição continental após 15 anos novamente, o lateral-direito Guga revelou publicamente a estratégia motivacional.

“É até engraçado que todos os dias, pode ser pela manhã, à tarde, o horário que for, quando chegamos para trabalhar a primeira coisa que ele pergunta é: ‘Que dia é hoje?’ E a gente tem que responder 4 de novembro. Porque a gente tem que trabalhar pensando no 4 de novembro porque só assim a gente vai ter êxito. Hoje ficou claro isso”, contou.

Treinador há 14 anos, Diniz trocou de forma discreta os gramados pelas salas de aula da graduação em psicologia, na Universidade São Marcos, em Paulínia, no interior de São Paulo. Se dizia aliviado e um ex-jogador infeliz.

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“Eu sofria muito quando era jogador. Não fui um cara que teve felicidade de ser jogador. Era uma coisa que era pra eu adorar, mas esse ambiente profissional de alto nível me trazia muita angústia e sofrimento”, contou em entrevista ao UOL, em dezembro de 2012.

O então recém-aposentado entendia que sem preparo psicológico necessário era impossível ter uma carreira plena no esporte.

“Também é um jogo que mexe comigo, mas trabalho muito com isso de ficar vivendo o melhor momento possível no presente. Quando vou para frente, no dia 4, ele tem que ser hoje, não pode ser só lá na frente. Temos que viver o melhor possível hoje. O que tento passar para os jogadores é o que tento trabalhar comigo mesmo: permanecer num estado de ‘presentificar’ a vida, focar no hoje, que é importante e estamos vivos, treinando, comendo e dormindo. Temos que trabalhar dessa forma para chegar na melhor forma possível na final”, explicou em entrevista após a partida com o Goiás.

Durante toda a entrevista no Maracanã, ao lado do zagueiro Nino, o treinador esbanjou leveza. Brincou com o comandado quando questionado sobre o que achava do trabalho psciológico que desenvolvia no elenco.

“Vê lá o que vai falar, hein?” Ao final, novamente cutucou o pupilo: “ufa, agora nem lembro o que me perguntaram”.

“O trabalho é bem completo. Chegamos com senso de que estamos prontos. Sonhamos em estar aqui, mais do que carregar um peso, chegamos sabendo que fizemos o melhor. Cada jogador forte e todos confiantes”, disse o defensor, que também falou sobre o dia 4.

“O time está muito bem preparado, jogadores experientes, acostumados com grandes jogos. Vivemos o dia 4 há muito tempo, isso faz com que a gente chegue com senso de merecimento. Sabemos que temos capacidade de fazer um bom jogo. O time está enxergando com alegria e prazer”, completou em outro momento.

Para Diniz, o dia 4 já chegou desde o início da carreira pelo Votoraty, na cidade de Votorantim, seu primeiro desafio fora dos gramados e o início da realização da felicidade plena que tanto perseguiu. Agora, ele pode enfim viver intensamente o que tanto mentalizou.

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