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Atlético conta com psicólogos campeões por mais uma Libertadores

Michelle Rios e Patricio Morales estão na comissão técnica de elenco que disputará a América neste sábado, 30

O Atlético Mineiro enfrenta o Botafogo neste sábado, 30, às 17h (de Brasília), no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, na Argentina, pela final da Copa Libertadores. O Galo sonha com o bicampeonato do torneio, mas terá pela frente a obrigação de superar a fase instável contra um forte rival.

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Ainda que a prioridade do clube pelas disputas de mata-mata tenham ficado clara, o desempenho do clube no Brasileirão iniciou momento de contestação. Especialmente após o vice-campeonato da Copa do Brasil, a sequência de quatro jogos sem vencer na liga resultaram em pressão sobre o elenco.

Agora, a chance real de disputar a próxima Libertadores passa por vencer a edição deste ano. Fora isso, apenas uma reta final perfeita, somada a tropeços de concorrentes, pode levar o lado preto e branco de Belo Horizonte para a competição continental.

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No entanto, ao menos na teoria, o grupo finalista tem suporte mental para suportar ser pressionado. Atualmente, o Atlético, em sua estrutura, conta com a psicóloga Michelle Rios e o psicólogo Patricio Morales, contratado na comissão técnica de Gabriel Milito.

A psicologia no Atlético

Michelle é uma profissional de longa história no Galo. Contratada em 2012, trabalhou no departamento de saúde com diversas categorias e se despediu do clube em 2020.

A psicóloga, fora do Atlético, passou por Cruzeiro e Ceará, mas retornou no início de 2023. Meses depois, Rios foi elogiada publicamente por Felipão, treinador que chegou no segundo semestre da temporada passada e comandou o time na crescente que garantiu vaga nesta Libertadores.

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“A Michelle ajuda muito. Eu já tinha trabalhado com ela no Cruzeiro. Eu sempre trabalhei com pessoas deste nível.Ela faz o seu trabalho e isso ajuda na parte psicológica, porque ela incute algumas situações aos atletas que os faz pensar e trabalhar em conjunto. E é isso que nós precisamos”, disse Scolari após primeira vitória no cargo, contra o São Paulo, em agosto de 2023.

A temporada virou, o experiente técnico deixou o comando do Atlético Mineiro, e o novo treinador, Gabriel Milito, enrriqueceu ainda mais o setor de psicologia do Atlético. Em sua comissão, o argentino conta com o compatriota Patricio Morales, que o acompanha desde os tempos de Argentinos Juniors.

Logo em sua coletiva de imprensa de apresentação, em março deste ano, o técnico exaltou a importância do trabalho mental: “O futebol evoluiu tanto em questões físicas, táticas. Acredito que nos últimos anos evoluiu muito nesses aspectos. Acredito que faltava o tema psicológico. O jogador está submetido a muitas situações estressantes, de muita pressão. Se um jogador está com problemas, é preciso ajudá-lo porque precisamos do seu melhor rendimento.”

Dessa forma, o Galo apresentou bom rendimento na maior parte dos duelos que exigiram força mental, o que foi reconhecido por jogadores, como Fausto Vera. O volante, que chegou ao Galo saindo pelas portas dos fundos do Corinthians e havia trabalhado com a comissão durante passagem pelo El Bicho de La Paternal, elogiou Morales após a classificação para a final da Libertadores: “Psicólogo do clube. Cuida da cabeça. Muito bom”.

Ansiedade e pânico durante a campanha

Nesta temporada, o elenco do Atlético passou a tratar mais abertamente do assunto de saúde mental. Lyanco, zagueiro contratado nos últimos meses e que se firmou como titular, é uma das vozes mais ativas.

O defensor revelou o problema em setembro, enquanto ainda não havia assumido a posição no time de Milito. “Tenho crise de pânico, ansiedade. Passo todos os dias à base de remédio, isso ninguém imagina. Não é só na cabeça, sinto sintomas no corpo também, achando que vou cair a qualquer momento, que vou morrer. Assunto muito delicado, acham que a gente entra em campo e é um robô, mas tenho trabalhado com o psicólogo do clube, medicação”.

Semanas depois, Lyanco voltou a falar sobre o tema, depois de vencer o River, na ida das semifinais da Libertadores. Porém, na ocasião, ele confidenciou que foi a campo com sintomas de tontura.

“É difícil falar porque às vezes tentamos colocar palavras, mas não achamos uma forma certa de falar sobre isso. São minhas coisas. Se você falar comigo amanhã eu vou estar tonto. Eu estava tonto os 90 minutos. Tonto mesmo, não tem explicação. É ruim, mas já estou acostumado com essa tontura”, falou na zona mista.

Psicologia no futebol

O trabalho mental no esporte é uma tendência cada vez mais explorada. Para além da saúde, explorar o aspecto pode melhorar o rendimento, como confirmou Eduardo Cillo, coordenador de psicologia do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

“Treinamento psicológico, o treinamento de habilidades psicológicas no futebol, envolve o desenvolvimento de técnicas que ajudam os jogadores a manter a concentração, a disciplina tática, a desenvolver e manter a confiança necessária para enfrentar os adversários”, disse à PLACAR.

Flávia Magalhães, médica do esporte com passagem pelo Atlético Mineiro e pela seleção brasileira, seguiu na mesma linha. A profissional ainda detalhou sua visão sobre o tratamento para pacientes em situação mais grave durante contextos de decisão.

“Finais de campeonatos são momentos de alta tensão emocional. O acompanhamento psicológico nessas situações geralmente foca em estratégias específicas, como preparação mental personalizada e técnicas de visualização – imaginar cenários de sucesso no jogo. Em casos mais graves, é importante o alinhamento com o médico e, se necessário, avaliar uso de medicamentos”, comentou.

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