Daniel Alves: ‘Se tiver que tocar pandeiro, serei o melhor pandeirista”
Lateral minimizou críticas e esbanjou bom humor em entrevista na véspera do duelo em que baterá recorde contra Camarões
DOHA – Alvo de muitas críticas por ter sido convocado por Tite, Daniel Alves será titular e capitão da já classificada seleção brasileira no jogo contra Camarões, na próxima sexta-feira, 2, pela terceira rodada do Grupo G da Copa do Mundo. O jogador do Pumas, do México, será aproveitado na lateral-direita junto a outros reservas que entrarão em campo. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 29, o veterano esbanjou o costumeiro bom humor e minimizou as contestações.
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Aos 39 anos, ele baterá o recorde de jogador mais velho a jogar pelo Brasil em um Mundial, superando o colega de elenco Thiago Silva, que jogou aos 38 nesta edição. “É um orgulho pode estar representando a seleção, isso que importa. São muitos anos e é uma satisfação muito grande poder encerrar este ciclo jogando uma Copa do Mundo.”
Quando o assunto foi a “rejeição popular” à sua convocação, Daniel tratou como normal a desconfiança e admitiu que não vive o auge de sua carreira. “A vida premia aqueles que se entregam de corpo e alma. Estou colhendo o que eu plantei. É normal que contestem pela idade ou por não estar no meu melhor momento, mas o que importa é estar no melhor momento dentro da seleção, o que faço desde 2003.”
Para a partida contra a Suíça, na última segunda-feira, 28, Daniel não foi o escolhido para substituir o lesionado Danilo, apesar de ser da mesma posição. Tite, na ocasião, optou por Eder Militão, convocado como zagueiro. Alves negou qualquer chateação e brincou utilizando uma chacota que viralizou na internet, de que ele teria sido convocado para animar o grupo. “O time precisava de defesa e eu sou um bom ataque. Este é o plano e estou a serviço da seleção brasileira. Se tiver que tocar pandeiro, serei o melhor pandeirista, porque é assim que eu encaro a minha vida.”
Sempre tentando manter o tom leve, o lateral baiano seguiu rebatendo as críticas. “Não se pede confiança, se conquista, e eu conquistei. Para ser sincero, dar entrevista não é difícil, me preparo e não sou de me esquivar de nenhuma pergunta. Os últimos quatro meses para estar aqui é que foram difíceis. Falar é fácil, é o que eu mais faço”, completou.
O jogador do Pumas se mostrou à vontade no papel de escudo dos mais jovens e lembrou que não foi o primeiro nem será o último a ter sua presença na seleção questionada. “Historicamente, na seleção sempre alguém tem que pagar a conta. Hoje todos são titulares de grandes times na Europa, menos eu, aí sobrou para mim. Mas acho que erraram, porque quiseram colocar a conta em quem tem mais argumentos para pagar.”
Presente na entrevista, Tite também fez diversos elogios a seu capitão. “A exigência sobre ele não é física, até porque ele nunca foi um jogador físico, de velocidade, é um jogador técnico por essência. Compete a nos saber como utilizá-lo”, disse o técnico. “No aspecto físico ele atingiu números semelhantes ao de outras vezes em que esteve e a qualidade técnica dele é indiscutível”, completou o auxiliar Cleber Xavier.
O Brasil enfrenta Camarões na próxima sexta, 2, a partir das 16h (de Brasília), precisando de apenas um empate para se consolidar na liderança do grupo G. Neste caso, jogará as oitavas de final na próxima segunda-feira, 5, no estádio 974, cuja qualidade do gramado foi bastante criticada pelos atletas. O adversário sai do Grupo H, que tem Portugal, Uruguai, Gana e Coreia do Sul.